Assessoria | 29 de mar�o de 2011 - 11:03

Projeto visa melhoria genética na produção de banana em MS

Um projeto de pesquisa desenvolvido pela Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) em parceria com a Embrapa está contribuindo para o desenvolvimento da fruticultura no Estado, com a utilização da biotecnologia na produção de mudas de banana de alta qualidade.

As chamadas mudas micropropagadas são produzidas em laboratório a partir de uma gema de crescimento da planta, e multiplicadas por meio de um processo de clonagem que possibilita a eliminação de vírus e pragas.

Para a produção das mudas, os pesquisadores utilizam-se do método da cultura in vitro, com um período de dez meses para crescimento da planta em laboratório sob condições de temperatura e luminosidade controladas, até que sejam transferidas para as estufas, para serem aclimatizadas antes de chegarem ao campo.

O pesquisador da Agraer e gestor do projeto, Antônio Côrrea de Oliveira Filho, explica que a utilização de mudas micropropagadas resulta em ganho de produção para o agricultor, uma vez que são geneticamente idênticas, padronizadas e livres de pragas e doenças. “Com um material mais produtivo em mãos, o produtor deixa de importar materiais com pragas e doenças de outros Estados, resultando em ganhos para todo o segmento da fruticultura no Estado e também para o consumidor”, complementa.

Segundo Antônio, num prazo de dez a doze meses, após o estabelecimento da técnica in vitro, dos processos de micropropagação industrial e da aclimatização das plantas em estufas, o Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais do Centro de Capacitação e Pesquisa da Agraer (Cepaer) poderá atingir uma produção de 400 mil mudas anuais, nessa primeira fase de funcionamento. “Porém, com os trabalhos de inovação tecnológica propostos para a sua modernização, essa capacidade produtiva poderá passar a um milhão de mudas e/ ou plantas matrizes in vitro por ano”, acrescenta Côrrea.

De acordo com o pesquisador, as mudas produzidas serão utilizadas a princípio, para implantação de unidades demonstrativas em todo o Estado. Estas unidades poderão ser utilizadas por meio de parcerias com prefeituras, cooperativas, universidades e associações de agricultores.

A equipe de pesquisadores que integra o projeto está participando de treinamentos em centros de referência de outros Estados e deverá participar de um treinamento avançado, na biofábrica de plantas da Agraer, visando à produção industrial de plantas in vitro em Campo Grande. O treinamento será ministrado por um consultor em biofábrica de plantas do Estado de Pernambuco. “Além dos pesquisadores, o curso deve ser estendido aos técnicos da Agraer, com o objetivo de levar essa metodologia também para a extensão rural”, destaca Antônio.

Além da banana, o uso da biotecnologia pode ser aplicado na produção de mudas de abacaxi, batata-doce, mandioca, uva, cana-de-açúcar e eucalipto.

A expectativa é de que o projeto desenvolvido em Mato Grosso do Sul, que conta com recursos no valor de R$ 453.500,00, passe a trabalhar também com a cultura da uva, através do emprego de máquinas de enxertia na produção de mudas de uva de variedades melhoradas e com plantas matrizes livres de vírus.