Folha Online | 25 de mar�o de 2011 - 17:58

Bovespa fecha em alta de 0,34% e sobe 1,3% na semana

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) teve uma modesta recuperação na jornada desta sexta-feira, desta vez seguindo de perto o tom positivo dos demais mercados.

Embora o cenário externo continue complicado, os mercados externos parecem ter deixado para a trás a onda de pânico das semanas anteriores, quando vieram à tona dos problemas no complexo nuclear de Fukushima. Nos últimos dias, a crise da dívida na Europa voltou aos holofotes, e cresceu a expectativa de que Portugal seja o próximo país a receber socorro financeiro.

E entre as notícias mais importantes do dia, o mercado pode "comemorar" o desempenho acima do previsto do PIB americano.

Na semana, a Bolsa acumula ganho de 1,32%, e no mês, de 0,57%.

"Com mais de R$ 1,8 bilhão de saldo negativo em investimento estrangeiro, é quase um milagre que a Bolsa ainda esteja com 0,5% de valorização neste mês", comenta Antonio Cesar Amarante, analista da Senso Corretora. "O que está segurando a Bovespa é o investidor doméstico. O brasileiro percebeu que o governo não vai subir tanto os juros como se esperava até o início deste ano", acrescenta.

Há anos que os investidores "não-residentes" respondem por cerca de um terço dos negócios da Bolsa brasileira. Tradicionalmente, os analistas consideram que esses agentes econômicos consolidam as tendências de mercado.

O Ibovespa, principal termômetro dos negócios da Bolsa paulista, avançou 0,34% no fechamento, aos 67.765 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,73 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, teve alta de 0,41%.

Em meio a fortes rumores sobre a saída de Roger Agnelli da Vale, as ações da mineradora ficaram quase paradas nesta semana, já que o mercado está sob expectativa de uma definição. Hoje, a ação preferencial cedeu apenas 0,04%, negociada por R$ 46,88, e tendo um giro de R$ 840,4 milhões. A ação ordinária subiu 0,01%, cotado por R$ 52,86, com um movimento de R$ 115,2 milhões.

Agnelli, por meio de um comunicado bastante sintético, negou qualquer articulação política para se manter no cargo.

Outro papel bastante influente na Bolsa, a ação da Petrobras, valorizou 0,73%, negociado por R$ 28,64, e sendo alvo de R$ 468 milhões em negócios.

O dólar comercial foi negociado por R$ 1,660, em um acréscimo de 0,12%. A taxa de risco-país marca 169 pontos, número 0,58% abaixo da pontuação anterior.

Entre as primeiras notícias do dia, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA no quarto trimestre foi revisado de 3,2% para 3,1%. A divulgação de hoje deve animar o mercado financeiro, que esperava uma crescimento de 3,0%.

Ainda nos EUA, a sondagem da Universidade de Michigan apontou que o nível de confiança dos americanos na economia caiu mais do que o previsto. O índice que sintetiza as respostas dos consumidores ouvidos pela pesquisa teve um resultado de 67,5 pontos em março, quase dez unidades abaixo do registrado em fevereiro. Abaixo do consenso de 68 pontos, trata-se da menor pontuação desde novembro de 2009.

No front doméstico, o Banco Central reportou que o gasto dos brasileiros no exterior atingiu US$ 1,33 bilhão no mês de fevereiro. No bimestre, o valor bateu recorde de US$ 3,07 bilhões -- um aumento de 38% sobre o primeiro bimestre de 2010.

EMPRESAS

A fabricante de aviões Embraer registrou lucro líquido de R$ 219,7 milhões no quarto trimestre do ano passado, com elevação de 22,8% ante o valor contabilizado no mesmo período de 2009. A ação ordinária desabou 5,24%.

Ontem à noite, a gigante do setor alimentício Brasil Foods anunciou um lucro líquido de R$ 804 milhões para o exercício de 2010, um crescimento de 125% em relação ao ano anterior em base proforma (considerando a fusão entre Sadia e Perdigão desde 1º de janeiro de 2009 --as ações da Sadia foram incorporadas em julho daquele ano). A ação ordinária teve alta de 0,19%.

E a Comgás comunicou um lucro líquido de R$ 579,9 milhões em 2010, valor 16% inferior ao registrado em 2009, quando a empresa lucrou R$ 690,4 milhões. A ação preferencial teve ganho de 0,16%.