14 de dezembro de 2004 - 16:16

Heloísa Helena concorrerá à presidência em 2006

A senadora Heloísa Helena, que no ano passado foi expulsa do PT, será candidata à presidência nas eleições de 2006. As aspirações da senadora foram anunciadas hoje pelos dirigentes do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), formado em sua maioria por dissidentes do PT ou militantes de esquerda desiludidos com o rumo do governo de Lula.

Em entrevista coletiva, os membros do partido informaram que já contam com as 438 mil assinaturas necessárias para registrar o novo partido nas autoridades eleitorais e anunciaram a candidatura de Heloísa Helena. A senadora reconheceu que suas chances de ganhar as eleições em 2006 são muito reduzidas, mas disse que aceitou o desafio como uma forma de promover o partido nascente, que se caracteriza por uma postura radical de esquerdista.

Segundo uma pesquisa recente, se as eleições presidenciais fossem este mês, Lula venceria com facilidade, enquanto a senadora teria apenas 3% dos votos. "Para mim seria mais fácil tentar a reeleição como senadora ou a eleição como governadora do estado de Alagoas, mas não temos direito de deixar que as eleições sejam disputadas apenas entre os neoliberais do PT e os neoliberais do PSDB", criticou a senadora. "Diante dessa possibilidade, assumo como obrigação a indicação para ser candidata a presidente e cumprirei com muita alegria meu dever como militante de esquerda", acrescentou a senadora.

Entre os fundadores do PSOL também estão os deputados Luciana Genro, João Fontes e João Batista de Araújo, o "Babá", que há exatamente um ano foram expulsos do PT por suas posições radicais em relação ao governo de Lula. Os quatro parlamentares, assim como outros do PT que foram perdoados, votaram contra as reformas da previdência e tributária, o que lhes custou a expulsão.

Os quatro chegaram a se aliar ao PSTU em uma campanha para denunciar Lula como um "traidor do movimento operário". O anúncio da candidatura presidencial de Heloísa Helena é feito dias depois do anúncio da decisão de PMDB e PPS de abandonar o governo e ter candidatos próprios nas eleições de 2006.
 

 

Terra Redação