Assessoria | 18 de mar�o de 2011 - 08:44

Exportações de industrializados no ano crescem 66%

O grupo “Extrativo Mineral” já alcançou receita de US$ 29,5 milhões, com destaque para a elevação ocorrida nas exportações de minérios de ferro em bruto

 

As exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul nos dois primeiros meses deste ano já apresentam aumento de 66% com relação ao mesmo período do ano passado, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Enquanto nos meses de janeiro e fevereiro de 2010 a receita com as vendas ao exterior alcançou US$ 189,3 milhões, no mesmo período deste ano o montante chegou a R$ 313,5 milhões.

 

 

 

Na avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, se as exportações de industrializados continuarem a manter o mesmo patamar de crescimento registrado nos dois primeiros anos do ano, as vendas externas do setor devem, no mínimo, igualar a receita obtida em 2010, ou seja, US$ 2,1 bilhões. “Ainda é cedo para prevê o aumento das exportações de industrializados do Estado neste ano, principalmente, devido à crise nos países árabes e à tragédia no Japão. No entanto, tudo indica que devemos fechar 2011 bem acima de US$ 2 bilhões”, analisou.

 

 

 

Ainda conforme o levantamento do Radar da Fiems, a participação relativa do setor industrial em tudo que foi exportado por Mato Grosso do Sul nos dois primeiros meses deste ano chegou a 88,5%, superando as vendas externas totais do Estado em igual período de 2010 em 46%, quando as vendas externas sul-mato-grossenses, incluindo todas as categorias de produtos, proporcionou uma receita igual a US$ 215,1 milhões.

 

Apenas na comparação do mês de fevereiro, quando as vendas externas de industrializados alcançaram US$ 163 milhões, crescimento nominal de 54,3% sobre igual mês de 2010, quando o valor foi de US$ 105,6 milhões, a participação relativa do setor no total das exportações estaduais também atingiu a marca de 88,5%.

 

Em receita, igualmente aos meses anteriores, fevereiro de 2011 mantém o mesmo comportamento e também se consolida como o melhor resultado já obtido para o mês em toda a série histórica da exportação de industrializados em Mato Grosso do Sul. Com o último resultado, até o momento, são 16 quebras consecutivas de recorde no comparativo com igual mês ao longo da série.

 

Já com relação ao volume, no mês de fevereiro, a exportação de industrializados alcançou o equivalente a 354,2 mil toneladas, indicando, deste modo, uma redução de 19,3%, em volume, sobre igual mês do ano anterior, quando as vendas externas somaram 439 mil toneladas. No acumulado do ano, o volume total alcança 654 mil de toneladas, queda de 26,5% em relação à igual período de 2009, quando foi vendido ao exterior o equivalente a 889,4 mil de toneladas de produtos industrializados.

 

 

 

Principais grupos

 

No ano os principais grupos de industrializados que apresentaram crescimento nas exportações foram “Complexo Carne”, “Papel e Celulose”, “Açúcar e Álcool”, “Extrativo Mineral” e “Couros e Peles”. No caso do “Complexo Carne”, o desempenho crescente foi sustentado, sobretudo, pela elevação ocorrida nas vendas de carnes secas e salgadas de outros animais, outras carnes de suínos congeladas, outras miudezas comestíveis de bovinos congeladas, pedaços e miudezas congelados de galos e galinhas, entre outros.

 

Segundo o levantamento do Radar da Fiems, esses produtos proporcionaram uma expansão, em receita, no comparativo com 2010, que variaram de 28% a 928%. Em valores, o ganho adicional somado, decorrente das expansões observadas, foi da ordem de US$ 27,6 milhões e, deste modo, até o momento, esses produtos em destaque são responsáveis por 97% de todo o ganho absoluto ocorrido, em 2011, nas vendas externas do complexo carne de Mato Grosso do Sul, tendo como principais compradores a Arábia Saudita e Hong Kong.

 

Quanto às exportações de “Papel e Celulose”, o destaque, naturalmente, continua por conta da pasta química de madeira semibranqueada (celulose), que até agora, em 2011, registrou uma receita de exportação equivalente a US$ 61,8 milhões ou 93,4% da receita total do grupo que tem como principais comparadores a Holanda, Itália e China. Na comparação com igual período de 2010, houve um crescimento de 16 vezes na receita obtida com o produto. Outro destaque foi observado nas vendas de papel fibra 150g/m², que somaram a US$ 3,4 milhões, proporcionando, uma receita 5 vezes maior.

 

Já no grupo “Açúcar e Álcool”, no acumulado do ano, a receita de exportação alcançou o equivalente a US$ 59 milhões, indicando, sobre 2010, um crescimento nominal de 111% na receita, resultando em um valor adicional de US$ 31 milhões. Já em volume, na mesma comparação, a variação foi de 90,5%, aumento superior a 76 mil toneladas. Em relação aos compradores, os principais são a Rússia, Bangladesh, Uruguai e Lituânia.

 

No grupo “Extrativo Mineral”, o valor alcançado, no ano, ficou em US$ 29,5 milhões, com destaque para a elevação ocorrida nas exportações de minérios de ferro em bruto, que até o momento, totalizaram US$ 29,5 milhões ou 100% da receita total do grupo, que tem como principal comprador da Argentina. Resultando, deste modo, em uma receita 13% maior que a obtida em igual intervalo de 2010, mesmo com uma redução, em volume, na mesma comparação, igual a 60,3%. Em valores absolutos, o ganho adicional, em receita, é da ordem de US$ 3,3 milhões.

 

Quanto ao grupo “Couros e Peles”, a receita de exportação obtida, em 2011, alcançou US$ 12,4 milhões, indicando um crescimento nominal de 38,2% sobre igual período do ano anterior. Com o desempenho positivo influenciado, principalmente, pelas compras chinesas que, na mesma comparação, registrou um crescimento de nominal de 109%. Em valores, são US$ 4,8 milhões em 2011, contra US$ 2,3 milhões em igual intervalo de 2010. Com isso, a participação chinesa nas vendas externas do grupo aumentou em 13 pontos percentuais no período, saindo de 25,4% para 38,4%, sendo que os outros compradores são Uruguai e Itália.