Correio do Estado | 11 de mar�o de 2011 - 07:45

Perdas na produção das hortas devido a chuva chegam a 40%, afirmam horticultores

Essa semana quem tentou pagar menos de R$1 real por um pé de alface não conseguiu. O aumento dos preços nas prateleiras dos supermercados vem das hortas, que ficaram alagadas e por isso as hortaliças não se desenvolveram como deveriam. A estimativa, segundo produtores que têm hortas na periferia da Capital, é que cerca de 40% da produção tenha sido perdida com a chuvarada. Boa parte da plantação “derreteu” ou “queimou”, como é possível observar nas folhas amareladas das couves e nas folhas enrugadas de alface.

“A alface gosta de água, mas nem tanto. Ela se estressa, essa aqui está com 35 dias, era para estar colhendo já. Aqui ainda vai levar uns 15 ou 20 dias para colher”, conta o horticultor Adão Amarins Silva, de 50 anos. Essa demora chega no bolso e na boca do consumidor. “Ela fica dura, amarga, cria um leite, fica adulta”, afirma Adão.

Em hortas como a do Bairro União, não houve reajuste no preço, mas a quantidade diminuiu. A dona de casa tem que levar dois pés de alface para compensar o tamanho da hortaliça, que está menor. Outro problema que prejudica a produção são as pragas, que aumentam com a umidade. Mas a chuva também impede o produtor de pulverizar pesticidas na plantação.

“Nessa época da água não tem como passar nada nas plantas. As plantas estavam todas molhadas e elas tem que secar para a pulverização servir”, explica o produtor Lindomar de Oliveira Aristides, de 38 anos, encarregado pela horta Fazendão-Varejão. Uma estratégia dos produtores é jogar serragem para impedir que a água empurre as plantas menores.

A variação dos preços entre a horta e os supermercados da Capital chegam a 200%. Como é o caso da couve, que custa R$ 1,00 o maço na horta e até R$ 3,00 no mercado. Já a alface sobe 50% quando chega aos supermercados.