Valor Economico | 10 de mar�o de 2011 - 17:18

Preço do café alcança maior patamar em 33 anos

Nos últimos 33 anos, os valores médios do café no mercado internacional nunca estiveram em um patamar tão elevado.

O indicador de preços medido pela Organização Internacional do café (OIC), que leva em conta os valores dos cafés suaves colombianos, suaves de outras origens, os naturais brasileiros, o café robusta e também as cotações de Nova York, fechou fevereiro a US$ 2,1603 por libra-peso, o maior nível desde 1977.

E essa valorização não é de hoje. Em janeiro deste ano, o indicador da OIC já havia alcançado o valor mais alto em 17 anos.

Mas, sem qualquer sinal de retração da demanda, de aumento explosivo da oferta ou sequer de influência negativa de outros mercados, o café parece ainda não ter encontrado um fator de resistência que possa interromper sua escalada.

Em seu relatório mensal, a própria OIC reconhece que nem mesmo o aumento da safra de café no Brasil, maior produtor mundial, está sendo capaz de limitar o aumento dos preços.

Segundo a OIC, as cotações seguem sustentadas na baixa disponibilidade da variedade arábica - de melhor qualidade - no mercado internacional e também pelo crescente consumo do produto, em especial no Brasil, atual segundo maior consumidor global.

Diante da atual conjunta, os preços em Nova York tiveram a terceira alta consecutiva e já se aproximam dos US$ 3,00 por libra-peso.

Ontem, os contratos com vencimento em maio fecharam o dia a US$ 2,9485 por libra-peso, ganho de 765 pontos, ou 2,66%.

Com níveis tão atrativos, as exportações crescem em um ritmo superior à capacidade de produção.

Dessa forma, os estoques nos países exportadores, segundo a OIC, estavam em 13 milhões de sacas em outubro do ano passado, primeiro mês da safra 2010/11.

"Nos países importadores os estoques eram de 18,3 milhões de sacas em dezembro de 2010", diz o relatório da OIC.