Diário MS | 3 de mar�o de 2011 - 08:50 DOURADOS

Obras do Frigorífico do Peixe estão paralisadas

A construção do Frigorífico do Peixe, situada às margens da BR-163 em Dourados, está paralisada há pelo menos seis meses.

A construção do Frigorífico do Peixe, situada às margens da BR-163 em Dourados, está paralisada há pelo menos seis meses. A previsão inicial era de que a obra fosse concluída em novembro do ano passado e o frigorífico ativado ainda no primeiro semestre deste ano.

No entanto, oito meses depois do início das obras, somente a parte que vai comportar o setor administrativo foi erguida. A empresa responsável pela obra deu início às atividades entre maio e junho do ano passado.

Desde então, só foram erguidas as paredes de uma estrutura pequena que já existia no local. “Lá por agosto parou, a gente não sabe ao certo o porquê. A empresa alegou que era contrapartida da prefeitura fazer a terraplanagem e que, como não foi feita, não tinha como continuar a construção”, conta André Melhorança, presidente da MS Peixe, cooperativa de aquicultura de Dourados.

Na época, a prefeitura não deixou claro aos piscicultores o motivo da suspensão das obras. “A prefeitura disse para gente que faltava a licença ambiental e o SIF (Sistema de Inspeção Federal). Como depois trocou muitas vezes de prefeito e secretários, ficando por pouco tempo cada um, dificultou um pouco para que a questão se resolvesse, e nós ficamos sem saber ao certo o que realmente aconteceu”, disse Melhorança.


De acordo com a cooperativa, a empresa responsável pela obra pediu, ainda no final do ano passado, uma prorrogação do prazo de entrega da edificação. O pedido foi aceito pela prefeitura, que concedeu até junho deste ano. “Com a obra parada, sem andamento como está, nós não temos muitas esperanças de que vai mesmo começar a funcionar ainda este ano, mesmo com esse novo prazo”, afirma o presidente. A equipe do Diário MS tentou entrar em contato com a secretária de Agricultura, Indústria e Comércio, Neire Colman, mas não obteve êxito até o fechamento desta edição.


O investimento de pouco mais de R$ 1 milhão é custeado pelo Ministério de Pesca e Aqüicultura. O recurso está nos cofres da prefeitura desde janeiro de 2009. “É uma necessidade antiga dos piscicultores e pode trocar administração quantas vezes forem necessárias, que agente vai continuar brigando por este frigorífico”, disse Melhorança. A área a ser construída foi doada pela prefeitura e tem 3,5 hectares.


A região tem pelo menos 300 piscicultores que aguardam o término da obra. “A única opção de compra na região é o frigorífico de Itaporã. Não ter concorrência é bom para a empresa, mas não para os piscicultores. Hoje, Mato Grosso do Sul importa peixe de Estados como Mato Grosso e Paraná, que tem incentivos do Governo do Estado para a produção. Em outras épocas, nós exportávamos para estes Estados, mas faltou incentivo para continuar”, lembra o representante da cooperativa.


A expectativa é a geração de, pelo menos, 1,5 mil empregos diretos e indiretos com a construção do frigorífico. No projeto está previsto que ele funcione como entreposto para o pescado produzido na região, que vai sair do local pronto para ser entregue ao consumidor. A capacidade será para cinco toneladas diárias de peixe, mas com perspectiva de aumento nos anos seguintes.

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