A demora na liberação de recursos por parte do governo federal aos municípios que sofreram prejuízos com as chuvas tem causado apreensão e revolta ao governador André Puccinelli (PMDB).
Ontem de manhã, durante o enterro da conselheira do Tribunal de Contas do Estado, a ex-deputada Celina Martins Jallad, o governador de Mato Grosso do Sul reclamou do tratamento dispensado pela União e afirmou que ainda não recebeu nenhum recurso além dos repasses constitucionais do governo federal, e que isso tem dificultado o trabalho de recuperação de municípios em estado de emergência.

Puccinelli lamentou o descaso, considerando que os municípios pediram o decreto de estado de emergência, “nós homologamos e o Ministério das Cidades reconheceu, mas lá disseram que não poderiam pagar o valor total, somente parte dos recursos solicitados. Tem dez municípios pendurados”, reclamou o governador de Mato Grosso do Sul.

André Puccinelli também observou que os municípios foram avaliados pelo Siconv (Sistema de Convênios), que é quem confere se as prefeituras não estão inadimplentes, e “viram que toda a documentação estava certa, mas ainda falta a liberação dos recursos”.

Para o governado sul-mato-grossense, está havendo tratamento diferenciado. “Isso que deixa agente magoado, o desastre do Rio de Janeiro foi maior? Foi. Pediram R$ 700 milhões, já mandaram R$ 100 milhões. Mandem então os R$ 50 milhões pedidos pelos municípios, não são pedidos meus”, cobrou Puccinelli, emendando: Eles só querem liberar cerca de R$ 10 milhões e ainda assim não vem o dinheiro.

De acordo com os dados do Ministério Fazenda até janeiro do presente ano, o Estado ainda não recebeu recursos do Ministério das Cidades para os municípios em Estado de emergência.
Estão com decreto de estado de emergência em Mato Grosso do Sul os municípios de Anaurilândia, Bataguassu, Batayporã, Naviraí, Nova Andradina, Novo Horizonte do Sul, Ponta Porã, Santa Rita do Pardo, Selvíria e Três Lagoas.