Folha Online | 1 de mar�o de 2011 - 16:25

"Rebaixado" na Globo, Falcão admite ser técnico após 16 anos

O ex-jogador e ex-técnico da seleção brasileira Paulo Roberto Falcão já se mexeu para voltar a ser treinador. Ele falou que abriu uma brecha em seu novo contrato de comentarista da TV Globo para poder negociar a sua ida para algum time do futebol do país.

Falcão perdeu espaço na TV Globo e ficou de fora de transmissões importantes, segundo a coluna Outro Canal, da Folha, de 9 de fevereiro. Naquela edição, a coluna publicou que o posto de comentarista esportivo número um deve ser ocupado por Caio Ribeiro e que o narrador Galvão Bueno gostaria de trabalhar mais com esse jovem comentarista. Assim, Caio deve atuar nas transmissões das grandes decisões e nos jogos da seleção brasileira (leia abaixo a posição da emissora carioca).

 

  Folhapress    

O ciclo de Falcão na emissora quase foi encerrado no mês passado. Ele esteve perto de assumir o Atlético-PR, mas não houve acordo com a equipe paranaense. Continuará, por enquanto, na emissora. O clube rubro-negro acertou com Geninho.

Falcão entrou na Globo em maio de 1996 e, em janeiro de 2011, quando renovou o seu contrato por quatro anos com a empresa, colocou uma cláusula no acordo que o libera do compromisso com a TV caso receba uma proposta de um time brasileiro.

No contrato anterior, poderia se desligar da emissora se decidisse treinar uma equipe de fora do país.

"Não perco o sono com isso [vontade de voltar a ser técnico]. Mas está sempre presente na minha cabeça", declarou.

 

  Antônio Carlos Mafalda/Arquivo/Folhapress    

Em 1990, ele foi contratado por Ricardo Teixeira para treinar a seleção brasileira. Só que a sua passagem foi curta. Cerca de dez meses depois de sua estreia já estava fora do comando da equipe nacional.

Depois, passou pelo América do México e Internacional-RS até comandar novamente uma seleção, a do Japão, em 1994.

Para retomar a carreira de treinador, Falcão afirmou que discutirá as propostas que lhe deem estabilidade para realizar um longo planejamento.

"Tem que ser uma coisa segura, ter um bom plano de trabalho para tentar ajudar a mudar essa cultura de futebol [de muitas mudanças técnicos], com um contrato mais longo", disse

Ao sentar e conversar com os dirigentes do Atlético-PR, Falcão não concordou com a parte financeira proposta e nem com o tempo de contrato oferecido.

"Eles [dirigentes] queriam por um ano, que é o tempo restante do mandato da atual presidente, e eu gostaria que fosse por um período maior", afirmou.

O ex-jogador afirmou que, apesar da vontade de voltar a comandar uma equipe, as suas atividades atuais ainda lhe dão prazer.

"Faço televisão, escrevo no jornal 'Zero Hora', trabalho em programa de rádio e me divirto muito com tudo isso."

TV

Falcão também falou que não tem problema com a Globo. Ele diz que não foi comentar o amistoso entre Brasil e França em 9 de fevereiro porque a emissora definiu a escala dos profissionais para trabalhar nessa partida quando a sua situação na TV ainda estava indefinida.

"O meu contrato foi renovado no fim de janeiro. Na época que definiram quem iria trabalhar no jogo contra a França, o meu contrato ainda não estava fechado. Assim, acabei não indo", disse.

No lugar de Falcão, a Globo escalou Caio Ribeiro para comentar a partida da seleção brasileira na França.

A assessoria de imprensa da TV Globo afirmou que Falcão continua a trabalhar normalmente. A emissora também informou que não há posto de comentarista principal ou secundário e que para cada jogo é feita uma escala para definir a equipe de profissionais que trabalhará.