Agência Brasil | 21 de fevereiro de 2011 - 06:38

Médicos dizem que número de mortos supera os 200 em Benghazi

Novos episódios de violência contra manifestantes antigoverno em Benghazi, segunda maior cidade da Líbia, foram registrados ontem (20). Testemunhas disseram que a cidade é palco de um “massacre” promovido pelas forças de segurança. Segundo médicos de hospitais locais, mais de 200 pessoas teriam morrido e ao menos 900 ficaram feridos nos últimos dias.

Contudo, a A ONG internacional Human Rights Watch, calcula que tenham sido mortas 173 pessoas desde quarta-feira (16), inicio dos protestos. A própria organização reconheceu que a estimativa é conservadora e que o número total de mortos pode ser bem maior.

 

A restrição à presença de jornalistas estrangeiros e o bloqueio aos serviços de internet nos últimos dias torna difícil a confirmação independente dos números de vítimas.

 

Novas mortes teriam ocorrido hoje, quando manifestantes que participavam de funerais de pessoas mortas na véspera teriam sido alvejados por tiros de metralhadoras e outros armamentos pesados.

 

Uma médica de Benghazi, identificada como Braikah, descreveu a situação na cidade como "um massacre" e relatou para a BBC como as vítimas foram levadas ao Hospital Jala, onde trabalha. “A maioria das vítimas tinha ferimentos a bala – 90% na cabeça, no pescoço e no peito, principalmente no coração”, disse.

 

Segundo ela, o necrotério do hospital tinha 208 corpos ontem, e mais 12 em outro hospital da cidade. Porém não está claro quantos desses corpos são de vítimas da repressão aos protestos populares.

 

Benghazi tem concentrado os protestos contra o regime do coronel Muammar Khadafi, no poder há quase 42 anos.

 

A Líbia é um dos vários países árabes ou muçulmanos a enfrentar protestos pró-democracia desde os levantes populares que levaram à queda do presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, em janeiro.

Até agora não foram registradas grandes manifestações contra o governo na capital do país, Trípoli.