Folha Online | 9 de fevereiro de 2011 - 15:30

Mínimo de R$ 600 é "factível" e governo pode pagar, diz Serra

O ex-governador José Serra (PSDB) disse nesta quarta-feira (9) que o valor do salário mínimo de R$ 600 é "factível" e pode ser absorvido pelas contas do governo federal.

Durante a campanha eleitoral do ano passado, o então presidenciável Serra sugeriu o aumento do piso dos atuais R$ 510 para R$ 600. Agora, o tucano defende que a oposição se uma no Congresso para conseguir viabilizá-lo.

"É importante sobretudo numa época em que a inflação de alimentos se acelera. Não há no horizonte melhora nesse aspecto. As contas públicas podem suportar isso no que se refere às questão da Previdência", afirmou.

Serra disse que a oposição tem o direito de apresentar suas propostas no Legislativo, mobilizando-se para aprová-las --mesmo com a ampla maioria governista na Câmara e no Senado.

O tucano prometeu comparecer ao Senado se a Casa aprovar proposta do senador Itamar Franco (PPS-MG) para ouvi-lo sobre o mínimo de R$ 600.

"Se eu for convocado, virei com todo gosto. Apresentei essa proposta e posso fundamentá-la. E apresentarei as principais questões que me levaram a fazer essa proposta que envolve não só o financiamento direto de um mínimo menos indecente do que é hoje, como também as questões correlacionadas da nossa economia."

BANCADA

Serra falou aos integrantes da bancada do PSDB na Câmara, respaldando o reajuste maior do mínino.

O líder da sigla na Casa, deputado Duarte Nogueira (SP), disse que há "convergência" nos parlamentares tucanos em torno dos R$ 600.

Segundo Nogueira, o governo vai ter uma arrecadação extra de R$ 16 bilhões que permite elevar o mínimo para esse valor.

Além de Serra, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT), se reuniu com a bancada tucana para defender a elevação do piso para R$ 580. Nogueira afirmou que as centrais estão dispostas a procurar todos os partidos para emplacar um valor maior que os R$ 545 proposto pelo governo federal.

Paulinho da Força criticou a mobilização dos governistas para antecipar a votação da medida provisória do salário mínimo para a semana que vem. "O governo está agindo de forma arbitrária."