Brasil acha que sofre perseguição no Sul-Americano sub-20
O Brasil tem o time mais badalado do Sul-Americano sub-20, Neymar é a única grande estrela do torneio e o país é, de longe, quem mais atrai patrocinadores. Apesar de tudo isso, a seleção brasileira tem muito a reclamar da Conmebol, organizadora do torneio que dá duas vagas na Olimpíada-12.
Desde que chegou ao Peru, há quase um mês, o Brasil já teve que dividir concentração com rival, fazer viagens indesejadas e ver um de seus atletas ser vítima de racismo. A seleção ainda teve que jogar a primeira fase e a fase final em climas diferentes.
Na noite de domingo, a CBF ganhou outro motivo para reclamar: a arbitragem. O técnico Ney Franco e Neymar reclamaram muito do juiz colombiano Wilmar Roldan, que apitou a derrota por 2 a 1 para a Argentina.
"Toda falta nossa era cartão amarelo, enquanto os argentinos bateram pra caramba. O rigor foi só para o nosso lado", disse Franco.
"Já são dois jogos seguidos em que a arbitragem ajuda a Argentina", afirmou o técnico, em referência à partida anterior em que os argentinos venceram o Chile depois de um pênalti polêmico.
Neymar reclamou de ter levado cartão amarelo --o segundo, que o impede de enfrentar o Equador amanhã, em jogo crucial para o time. "É tudo contra o Neymar", disse, usando a terceira pessoa. "O cara me empurrou, tomei o amarelo. O juiz ajudou os caras", acusou.
Mas esse é só o mais novo de uma longa lista de problemas enfrentados no Peru. Na cidade de Tacna, onde o Brasil ficou durante a primeira fase, teve que dividir o hotel e o campo de treino com a seleção paraguaia.
Precisou também fazer uma desgastante viagem até Moquegua, para enfrentar a Bolívia. Lá, o atacante Diego Maurício sofreu insultos racistas por torcedores locais. A CBF reclamou, e a Conmebol agiu discretamente: com faixas e avisos em alto-falantes, pedia que a torcida não insultasse os atletas.
O Brasil tem que lidar ainda com o fato de seus grandes rivais (Uruguai e Argentina) estarem em Arequipa desde o início do torneio, portanto mais adaptados ao frio e à altitude de 2.335 m.
A única vantagem do Brasil no Peru é sempre jogar por último em cada rodada do hexagonal final, já sabendo dos resultados dos rivais.