Dourados News | 8 de fevereiro de 2011 - 08:28

Mato Grosso do Sul e Paraná se unem pela integração ferroviária

 

O governador Beto Richa, do Paraná, e o governador André Puccinelli, do Mato Grosso do Sul, reuniram-se nesta segunda-feira (7), em Curitiba, para unir esforços em torno de um projeto de integração ferroviária entre os dois estados.

O objetivo é viabilizar a construção de um ramal ferroviário interligando a Ferrovia do Pantanal, na região de Maracaju e Dourados, no Mato Grosso do Sul, até Cascavel, no Paraná, passando por Mundo Novo e Guaíra.

“É uma obra fundamental. Além de baratear o custo de escoamento da safra agrícola do centro-oeste e norte do Brasil, vai proporcionar o desenvolvimento econômico e social de toda a região e fortalecer o Porto de Paranaguá”, disse Richa.

O traçado da ferrovia foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-1), do governo federal, em 2008, mas o projeto não progrediu, por falta de apoio do Paraná.

“Volto agora com a receptividade do governador Beto Richa, para que os interesses comuns dos nossos estados possam ser atendidos”, disse o governador André Puccinelli.

“Queremos os dois estados unidos pela continuação do traçado da ferrovia Norte-Sul”, afirmou. A intenção é incluir a obra – que tem custo estimado de R$ 1,6 bilhão – no PAC-2.

Pela proximidade geográfica e pelo volume transportado em outros portos, a saída por trem por Paranaguá é a melhor alternativa para escoar a produção daquela região do centro-oeste brasileiro, que chega a 5 milhões de toneladas de grãos, 2,5 bilhões de litros de álcool e 1,5 milhão de
toneladas de açúcar para exportação, por ano.

Por isso, o governador Puccinelli busca a parceria administrativa do Paraná para a construção de um ramal de 350 quilômetros entre Dourados (MS) e Cascavel (PR). “O barateamento do frete que esta ferrovia proporcionará é muito vantajoso para o nosso estado e a movimentação econômica que os dois estados terão trará muito progresso socioeconômico”, afirma Puccinelli.

O governador sul-mato-grossense já esteve com o ministro Alfredo Nascimento, dos Transportes, e com o diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, para discutir uma adequação do traçado da ferrovia, de forma a atender melhor os interesses do Paraná e do Mato Grosso do Sul.

Puccinelli acredita que o volume de mercadorias para transporte entre os dois estados deve atrair interesse da iniciativa privada para o projeto.

A idéia já foi aceita pela ANTT e pelo Ministério dos Transportes e deve ser agora defendida pelos deputados federais dos dois estados.

 

Os deputados federais de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB) e Edson Giroto (PR), que acompanharam o Governador André a audiência, representando a bancada, prontificaram-se a encampar esse trabalho na Câmara, buscando a concretização do que ambos classificam como sendo ‘um grande passo para solucionar o problema de logística do Estado’, auxiliando no projeto que busca desenvolvimento e crescimento para Mato Grosso do Sul.

Reinaldo Azambuja saiu bastante otimista do encontro no Palácio Araucária. Deputado de primeiro mandato ele destacou que estará empenhado em defender o interesse do Estado que o elegeu: “Nosso interesse é Mato Grosso do Sul. Se for bom pro nosso Estado, seremos parceiros e defenderemos. No caso da ferrovia é fundamental para que outras ações possam surtir efeito. Não
podemos falar em redução dos custos de produção sem passar por uma transformação na nossa logística e começamos muito bem emplacando esse projeto que há muito queríamos ver sair do papel”. Comentou o parlamentar que já havia participado de outras reuniões no Estado, tratando deste mesmo tema.

Azambuja e Giroto conversaram na oportunidade com os deputados Paranaenses, Nelson Padovani (PSC), Osmar Serraglio (PMDB) e Eduardo Sciarra (DEM) com quem buscaram estreitar relação buscando integração dos estados no trato de outros temas. “Ainda teremos muito o que discutir. A aproximação dos Estados é muito benéfica para todos. Essa abertura do Governador Richa as
conversações com Pucinelli é apenas o começo de uma relação entre estados que deve render inúmeros benefícios a todos”. Finalizou Azambuja.

Tambem participaram do encontro o Secretario de Infra estrutura e Logistica do Paraná, José Richa Filho, o secretario de Planejamento, Cassio Taniguchi, e o Deputado Waldir Russoni, Presidente da Assembléia do Paraná.

FERROESTE — O presidente da Ferroeste, Mauricio Teodoro Quirino, disse que o projeto de uma ferrovia ligando Cascavel a Guaíra está pronto, e aguarda a alocação de recursos para iniciar a obra. O Exército Brasileiro também colocou-se à disposição para fazer o acompanhamento do projeto e da execução da obra.

Quirino afirmou ainda que o produtor economiza em torno de um dólar por tonelada transportada por ferrovia em relação ao transporte rodoviário. “É um dinheiro a mais que fica na cadeia produtiva. No caso do Mato Grosso do Sul, são aproximadamente 5 milhões de dólares apenas da safra de grãos. No Paraná podem ser pelo menos outros 8 milhões de dólares”, afirma o presidente da Ferroeste.

Outra vantagem é o tempo ganho no transporte. De caminhão, do Mato Grosso do Sul a Paranaguá, a viagem dura em torno de três dias. Pela ferrovia, o percurso pode ser feito em 18 horas. “É tempo e rentabilidade, além do retorno dos vagões com itens de que o centro-oeste precisa, como
fertilizantes e combustível para tratores e colheitadeiras. É um grande ganho para toda a cadeia produtiva”, disse Quirino.