Veja | 28 de janeiro de 2011 - 10:06

Bancos retomam crédito e fluxo beneficia o Brasil

Dois anos depois da crise que secou o sistema financeiro, os bancos voltam a emprestar. Dados divulgados na quinta-feira pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) indicam que o fluxo de linhas de crédito e de empréstimos volta a crescer, ainda que as quedas de 2008 e 2009 estejam longe de serem compensadas. O Brasil foi o segundo país emergente que mais se beneficiou dos créditos externos em 2010, superado apenas pela China.

Segundo o BIS, bancos em todo o mundo emprestaram 30,9 trilhões de dólares no terceiro trimestre de 2010, 623 bilhões de dólares a mais que no trimestre anterior. A alta, de 2,2%, é a maior no período pós-crise. Para a America Latina, essa taxa chega a 9,8%. Em 2008, 1,5 trilhão de dólares sumiu do sistema. Em 2009, bancos foram ainda mais hesitantes em emprestar e o fluxo caiu em quase 2 trilhões de dólares.

O comportamento dos bancos apenas fez a crise aumentar, já que empresas deixaram de ter acesso a créditos, não conseguiram rolar suas dívidas e acabaram quebrando. O resultado foi o aumento do desemprego. Por meses, governos injetaram recursos no sistema financeiro para incentivar bancos a voltarem a emprestar. Mas a volta das linhas de crédito levou dois anos para ocorrer, já que muitos ainda temiam turbulências e incertezas em diversos mercados.

Os empréstimos aos países emergentes também chegaram a cair no início da crise, mas logo foram retomados. No caso do Brasil, o País havia perdido 7,6 bilhões de dólares em 2008. Mas já se recuperou em 2009. Em 2010, os créditos explodiram. Foram 20,9 bilhões de dólares a mais de empréstimos externos no primeiro trimestre, 22 bilhões de dólares a mais no segundo trimestre e, entre julho e setembro, o país recebeu o volume recorde de 27 bilhões de dólares extras em relação ao que havia acumulado nos meses anteriores.