Veja | 24 de janeiro de 2011 - 11:19

Dilma precisa economizar R$ 60 bi para cumprir meta fiscal

Para cumprir a promessa de fazer um superávit primário de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB), o governo de Dilma Rousseff vai precisar economizar cerca de 60 bilhões de reais, avaliam economistas. O valor é superior às apostas do mercado financeiro, que variam de 40 bilhões de reais a 50 bilhões de reais. O governo ainda não anunciou o contingenciamento deste ano.

No orçamento público, o superávit primário é obtido quando o governo gasta menos que arrecada, descontado o pagamento dos juros da dívida. Um superávit "cheio e limpo" - como prometido por Dilma Rousseff - significa cumprir a meta estabelecida integralmente, sem descontar os investimentos ou utilizar "manobras criativas".

O mercado aguarda com ansiedade a divulgação de quanto Dilma pretende contingenciar do Orçamento em 2011. O valor será uma indicação importante do compromisso da nova presidente com a redução dos gastos públicos. Com uma política fiscal menos expansionista, o governo ajudaria a esfriar a economia e permitia que o Banco Central (BC) subisse menos a Selic (a taxa básica de juros da economia).

A Corretora Convenção estima que o contingenciamento necessário para cumprir a meta de superávit de 3,1% do PIB chega a 64 bilhões de reais. Pelas contas da LCA Consultores, o corte de gastos teria de atingir 54 bilhões de reais. A Tendências Consultoria Integrada também avalia que seria necessário um corte de mais de 50 bilhões de reais. Todas essas contas foram feitas com base na receita prevista pelo próprio Executivo para 2011. Se surgirem receitas extraordinárias, a conta muda. Os cálculos também embutem projeções para PIB, saldo líquido de geração de empregos, resultado fiscal de Estados e municípios, entre outras variáveis.