Mídia Max | 19 de janeiro de 2011 - 05:44

Novo mínimo vai injetar R$ 27 mi mensais na economia de MS

A partir do dia 01 de fevereiro o salário mínimo brasileiro passa a ser de R$ 545,00 segundo anúncio feito na última sexta-feira (14) pelo Ministro da Fazenda Guido Mantega. O reajuste será de 6,86% para mais, em relação ao salário atual de R$ 510.

O Midiamax, com exclusividade, teve acesso a uma estimativa feita pelo Departamento de Pesquisa e Estatística da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), que calcula o valor que será inserido na economia do Estado com o reajuste salarial.

Segundo cálculo do gerente do Serviço de Proteção ao Crédito da ACICG, Valdinei Ciro de Souza, o reajuste vai injetar na economia do Mato Grosso do Sul R$ 27.719,000 por mês, já Campo Grande vai receber R$ 6.869,000 mensais.

O cálculo foi feito com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes à população economicamente ativa, que ganha até um salário mínimo. Não foram considerados os aposentados e pensionistas, pois o montante total não representa um valor significativo.

Segundo dados do IBGE, no Mato Grosso do Sul existem 1.365.871 pessoas economicamente ativas, já em Campo Grande esse número é de 333.597 pessoas. Desse valor, 55.85% recebem até um salário mínimo em MS.

Valor proporcional/cesta básica

Em dezembro de 2010, a cesta básica em Campo Grade custava R$ 238,93 o que representava 46,85% do salário de R$ 510 de um trabalhador.

Para calcular o valor estimado da cesta básica em janeiro de 2011, o gerente Valdinei Ciro usou como base Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que em 15 de janeiro registrou aumento de 1,06%, pela inflação a cesta básica, em tese, estaria custando R$ 241,46 reais. Em relação ao novo salário mínimo, de R$ 545, a cesta básica consumiria 44,30% do salário mensal.

Levando em consideração esses dados estimados, o momento é favorável para o trabalhador. Que relativamente irá pagar menos pela alimentação, comparando com 2010.

A economista Isabella Fernandes explica que em 2010 ficou comprovado que o consumo gera no Brasil um grande estimulo que é a geração de emprego e renda.

Com isso, transferir o reajuste para o salário mínimo é positivo para o Brasil, pois transforma a economia em um ciclo de geração de emprego e renda.

Assim sendo, quanto mais dinheiro as pessoas têm para gastar, mais o comércio vende e consequentemente contrata mais.

População

Mesmo com o reajuste de mais de 6% no salário mínimo, a população de Campo Grande não mostra ânimo com o aumento.

A atendente geral Miriam dos Reis Rocha, de 38 anos, trabalha em um restaurante da Capital e ganha um salário mínimo pelo serviço, porém ela recebe comissão pelos clientes que indica para o local. “É muito pouco 35 reais, mas até que vai ajudar nas despesas”, diz ela que mora com a família da irmã e ajuda nas despesas domésticas.

Já o vendedor de frutas, José Carlos Ferreira, 22 anos, afirma que acredita que pode vender mais quando o novo salário mínimo entrar em vigor. "Pode ser que o valor da fruta seja menor a partir de fevereiro, mas acredito que não, por que sempre que o salário mínimo aumenta o valor de outros produtos também", aposta o vendedor.