VEJA | 13 de janeiro de 2011 - 13:00

Nasa descobre o mais jovem complexo de galáxias já visto

A Nasa anunciou a descoberta do mais distante complexo de galáxias já visto no Universo. Batizado de COSMOS-AzTEC3, passa por uma fase bastante inicial de formação, o que pode ajudar os cientistas a compreender melhor como foram constituídas as primeiras galáxias logo após o Big Bang. “Trata-se de uma descoberta excepcional, que vai nos ajudar a entender a formação das estruturas de grande escala do Universo”, avaliou Amâncio Friaça, astrônomo do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo.

“Assim como um carro é montado a partir de peças, as galáxias são montadas a partir de pequenas galáxias e protogaláxias”, exemplica Friaça. Protogaláxias são formadas, por sua vez, por matéria escura e gases, que estão em constante choque, formando nuvens escuras e frias que, mais tarde, dão origem às estrelas. “Essas estrelas, porém, não são maduras como o Sol, mas bastante instáveis”, explica.

É a explosão dessas estrelas que vai gerar, em uma próxima etapa, a matéria sólida necessária para que os planetas apareçam. “Os planetas só são possíveis desde que tenhamos elementos do carbono para cima. Eles começam como ‘ grãos de carvão’ do Universo, muito simples, antes de se desenvolverem em sistemas complexos.”

Estrelas - O complexo encontrado pela Nasa a 12,6 bilhões de anos luz da Terra está passando por processos similares ao descrito pelo astrônomi. Suas galáxias são compostas principalmente de gases, que estão provocando a formação de estrelas. Provavelmente, no futuro, elas irão se fundir em uma única grande galáxia.

As galáxias descobertas até hoje eram consideravelmente mais próximas e bilhões de anos mais velhas do que o novo complexo, que aparenta ter apenas dezenas de milhões de anos. O desenvolvimento do COSMOS-AzTEC3 vai tirar muitas conclusões sobre a formação do Universo do ramo da especulação e colocá-los na esfera da observação.