Estado de São Paulo | 11 de janeiro de 2011 - 14:34

Dados da pesquisa desenvolvida Plano CDE, especializada no universo das classes

Grupos de portadores de HEPATITE C vão entrar nesta semana com uma representação no Ministério Público Federal contra o Ministério da Saúde.

O objetivo é obrigar a pasta a manter, na rede pública, o fornecimento de dois tipos de interferon peguilado - principal droga usada no tratamento da doença.

O SUS oferece atualmente o Interferon Alfa 2a - comercialmente conhecido como Pegasys e fabricado pela Roche - e o Interferon Alfa 2b - chamado Peg-Intron, da Merck Sharp & Dohme.

O ministério estuda realizar uma licitação para comprar a droga de apenas um fabricante, a um custo mais baixo.

Embora tenham o mesmo princípio ativo, os dois medicamentos são metabolizados de forma diferente pelo organismo.

"Existem pacientes que não respondem a uma droga e se curam com a outra.

Portanto, é preciso manter as duas", afirma Francisco Martucci, do grupo C Tem Que Saber C Tem Que Curar.

Procurado pela reportagem, o DEPARTAMENTO DE DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde informou que as duas fórmulas continuarão disponíveis.

"Uma das formulações abastecerá a necessidade nacional, enquanto a outra será adquirida especificamente para completar o tratamento dos pacientes em uso, evitando interrupções, e para atendimento de situações especiais", diz a nota do departamento.

"Claro que seria melhor se o médico pudesse escolher a fórmula mais indicada para cada paciente, mas não acredito que vai aumentar o número de mortes", afirma Juvencio Furtado, da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Para ele, mais importante é garantir tratamento para os quase 4 milhões de brasileiros portadores da doença, que mata 12 pessoas por dia no País