6 de dezembro de 2004 - 18:03

MST denuncia que Moon não pagou donos da fazenda Figueira

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) denunciou hoje que a Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial, presidida pelo reverendo Sun Myung Moon, comprou, mas não teria pago aos proprietários da fazenda Figueira, que tem área de 14,7 mil hectares no município de Jardim. Conforme Gilberto Cipriano de Almeida, coordenador do MST na fazenda, informações do cartório do município comprovariam que o reverendo Moon teria pago apenas 20% do valor total da propriedade e os donos estariam reivindicando que o governo federal compre a área para assentar os sem-terra.

De acordo com Almeida, um dos verdadeiros proprietários da fazenda Figueira, Ivo de Lima, estaria até negociando com os sem-terra para que eles sejam assentados na área e, assim, evitar um calote por parte da Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial. “O domínio da propriedade está irregular e nós queremos nos aproveitar disso para que o governo federal adquira a fazenda e assente os trabalhadores rurais que já ocupam a fazenda”, explica.

Desde março deste ano os sem-terra ocupam parte dos hectares que foram anexados ao Parque Nacional da Bodoquena e que faziam parte da propriedade rural, no entanto, no dia 26 de novembro, um grupo, que começou com 62 famílias e hoje chega a 500, invadiu a maior parte da área. Segundo o coordenador do MST, o acampamento dos sem-terra na fazenda Figueira já ocupa uma área de 300 hectares.

Apesar da extensão do mega-acampamento, a meta de levar 800 famílias para a área ainda não foi atingida, mas nos próximos dias isso deve ser concretizado. A área já faz parte da lista de vistorias que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) pretende realizar, o que animou os sem-terra que já iniciaram o plantio de milho, feijão e mandioca.


 
 
Mídia Max News