3 de dezembro de 2004 - 15:06

Dólar despenca para menos de R$ 2,70

O dólar comercial já é vendido abaixo de R$ 2,70. Às 14h35m, a moeda era cotada a R$ 2,692 na compra e R$ 2,694 na venda. É a menor cotação desde 17 de junho de 2002, quando fechou em R$ 2,664 na venda. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) continua em alta nesta tarde de sexta-feira. Às 15h43m, o Ibovespa subia 1,13%, para 25.485 pontos. O volume financeiro chegava a R$ 894 milhões. A bolsa paulista acompanha o mercado americano, que também opera positivo.

O mercado cambial acompanha o movimento mundial, de desvalorização do dólar em relação a outras moedas como o euro. A desvalorização da moeda americana é reflexo do déficit público dos Estados Unidos, além do déficit em transações correntes, que é o saldo saldo negativo entre o envio de dinheiro para o exterior e a repatriação de recursos.

BOVESPA - As ações mais negociadas eram Telemar PN, carro-chefe da Bovespa, Petrobras PN e Vale do Rio Doce PNA. Entre as altas estavam Eletrobras PNB (5,2%), Eletrobras ON (5%) e Ipiranga Pet PN (4,5%). Caíam Telesp Celular PA PN (2,1%), Tele Leste Celular PN (1,5%) e Embraer PN (0,9%).

Em Nova York, o índice Dow Jones tinha há pouco alta de 0,26% e Nasdaq elevação de 0,47%. Os mercados não reagiram muito bem à notícia de criação de apenas 112 mil vagas de emprego nos Estados Unidos em novembro, abaixo da expectativa do mercado, de abertura de 200 mil postos. Os dados podem influenciar a próxima decisão do Federal Reserve (Fed) sobre os juros americanos.

JUROS - No Brasil, os juros futuros, que no início do dia apresentavam alta, apontam trajetórias diferentes. O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro e de março de 2005 apresentavam estabilidade, em 17,47% e 17,77%, respectivamente. O DI de abril do ano que caía de 17,89% para 17,88% e o de julho apresentava redução de 17,98% para 17,97%. A taxa básica de juro no Brasil, que subiu três meses consecutivos, está em 17,25% ao ano.

RISCO - O risco-país, medido pelo banco J. P. Morgan, estava às 13h30m em 407 pontos, três pontos a menos em relação ao fechamento de quinta-feira. Os títulos brasileiros subiam há pouco. O C-Bond, principal título negociado no exterior, tinha alta de 0,37%, a 101,12% do valor de face. O Global 40 apresentava alta de 1,53%, para 116% do seu preço.

- O dólar e o risco-país são puxados pela queda dos treasuries (títulos do tesouro americano) nos Estados Unidos, que abriram pressionados nesta sexta-feira, mas já apresentam redução depois que o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou a criação de apenas 112 mil vagas de emprego no país, menos que a esperada pelo mercado - afirmou Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.

A expectativa do mercado era que fossem criadas pelo menos 200 mil vagas nos Estados Unidos. A taxa de desemprego ficou em 5,4%, mesmo nível de outubro. A recuperação ou não do mercado de trabalho nos EUA é sinal importante porque mostra a retomada do crescimento da maior economia do mundo e a trajetória dos juros americanos.
 
Globo Online