Ministério da Saúde | 3 de novembro de 2010 - 11:44

Estudo comprova relação entre o tabagismo e a doença de Alzheimer

Além de câncer, pesquisadores descobriram que o tabagismo pode ser um fator de risco importante para o Alzheimer.

Uma pesquisa feita por cientistas da Finlândia revela: quem fuma muito na meia-idade, ou seja, entre os 50 e os 60 anos, pode aumentar em até duas vezes o risco de desenvolver a doença de Alzheimer e outras formas de demência.

Segundo Ricardo Meirelles, da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituo Nacional de Câncer, vários outros estudos já mostraram essa tendência, o que, na opinião dele, só comprova mais uma vez os malefícios do cigarro.

"É mais um estudo científico que comprova o malefício do tabaco. Essa relação foi bastante controversa durante muito tempo, mas atualmente novos estudos que existem sim essa relação, que as pessoas que fumam, além de ter tantas outras doenças, podem apresentar um risco maior de ter alzheimer.

Então, são pessoas que quanto mais fumam, mais chances de ter esse adoecimento."

Ricardo Meirelles ressalta que o tabagismo em si é uma doença e pode ser a porta de entrada para vários outros problemas, como AVC, infarto, bronquite crônica, osteoporose e catarata.

Ele alerta que as pessoas mais velhas, fisicamente, já são mais frágeis, por isso, podem adoecer mais rápido com o fumo.

"É fundamental que ele deixe de fumar, porque às vezes a pessoa idosa pensa: "pô, já estou com 70 anos, estou fumando e não tive problema, por que eu vou parar agora?".

Não, se ele parar com essa idade ele vai melhorar sua qualidade de vida e mesmo que ele já tenha uma doença crônica, como uma enfisema pulmonar, um câncer, mesmo um alzheimer, ele parando de fumar, o tratamento vai ser mais eficaz que se ele continuar fumando."

O pneumologista do Inca lembra que quanto mais tempo a pessoa fumar, maiores são os riscos de desenvolver o Alzheimer e outras doenças.

Para chegar ao resultado, os pesquisadores da Finlândia analisaram dados de mais de 21 mil pessoas de 1978 a 1985, quando todas tinham entre 50 e 60 anos.

Anos depois, quando os voluntários tinham mais de 70 anos, descobriu-se que grande parte dos fumantes foram diagnosticados com algum tipo de demência, entre elas, o Alzheimer.(Ministério da Saúde)