Folha Online | 1 de novembro de 2010 - 17:06

Dólar fecha em alta de 0,29% com negócios reduzidos

O dólar fechou em leve alta frente nesta segunda-feira, dia de volume reduzido de negócios e apenas uma atuação do Banco Central no mercado à vista.

A moeda norte-americana subiu 0,29%, a R$ 1,708. O Ibovespa subia 1,10% pouco depois das 17h.

O dólar manteve-se perto da estabilidade ao longo de todo o dia, tendo sido cotado abaixo de R$ 1,7 pela manhã após dados melhores que o esperado na China provocarem a alta das commodities no mercado internacional.

A tendência global de queda do dólar perdeu força mais tarde, no entanto, quando os Estados Unidos divulgaram números acima das previsões sobre a indústria.

No Brasil, profissionais de mercado viram pouca influência da vitória de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais, que já era esperada. Para efeito de mercado, Dilma era considerada menos surpresa do que se fosse Serra, disse Marcelo Oliveira, operador de câmbio da corretora BGC Liquidez.

A novidade do dia ficou por conta da atuação do Banco Central, que realizou apenas um leilão de compra de dólares em um mercado de liquidez reduzida antes do feriado nacional de Finados, de eleições parlamentares norte-americanas e da reunião do Federal Reserve, que termina na quarta-feira.

A última vez em que o BC realizou apenas um leilão de compra de dólares foi em 27 de setembro. Desde então, a autoridade monetária tem feito duas operações por dia, com o objetivo de fortalecer as reservas internacionais e enxugar os dólares excedentes no mercado local.

Entre as primeiras notícias do dia, houve dados surpreendentemente fortes de produção manufatureira da China. O crescimento da atividade manufatureira no país atingiu a maior taxa em seis meses em outubro, segundo índices de gerentes de compra, sugerindo que a segunda maior economia do mundo segue em expansão apesar da fraqueza dos Estados Unidos e da Europa.

Ainda no front externo, o setor manufatureiro dos EUA apresentou expansão pelo 15º mês consecutivo em outubro. A sondagem da entidade privada ISM (Instituto de Gestão de Fornecimento, na sigla em inglês) divulgada nesta segunda-feira teve uma leitura de 56,9 pontos em outubro, ante 54,4 em setembro. Pela metodologia do instituto, uma pesquisa com um resultado acima dos 50 pontos significa que o aumento do nível de atividade em determinado setor.

O Departamento de Comércio dos EUA divulgou hoje que o nível de gastos na construção civil teve um aumento de 0,5% em setembro, para US$ 801,7 bilhões. No mês anterior o montante chegou a US$ 797,5 bilhões (dado revisado). A alta no indicador causa surpresa. Os analistas de mercado projetavam queda de 0,5% para o mês.

O expediente de hoje também deve ter alguma influência das expectativas pela reunião do Federal Reserve, o banco central dos EUA. A autoridade econômica americana deve anunciar depois de amanhã uma nova rodada de estímulos à economia --o chamado "quantitative easing", um evento aguardado há semanas por investidores e analistas.

No Brasil, o mercado elevou a previsão para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano de 7,55% para 7,60%. Já para a inflação oficial, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a estimativa subiu de 5,27% para 5,29%.