1 de novembro de 2010 - 16:53

MPF suspeita de mais irregularidades em reforma agrária no MS

O Ministério Público Federal (MPF), suspeita de mais irregularidades no processo de reforma agrária em Mato Grosso do Sul. Recentemente, servidores do Incra foram afastados e presos, sob suspeita de fraudes na distribuição de lotes em assentamentos rurais.

Desde março deste ano o Assentamento Santo Antônio, que fica em Itaquiraí, a 412 quilômetros de Campo Grande, está sendo investigada pelo Ministério Público Federal.

O trabalho desencadeou em agosto a Operação Tellus. Na ocasião, 20 pessoas foram indiciadas, acusadas de participação na distribuição de lotes de forma irregular, venda de lotes, manipulação de concorrência e recebimento de propina.

O processo está agora na Justiça, mas o procurador Marco Antônio Delfino continua as investigações em outros lotes que estão em assentamentos da região Sul do estado. “Há indícios de que algo em torno de mil lotes no Sul do estado, apenas nos últimos dois anos, também seriam irregulares. Esses lotes também serão verificados e os ocupantes poderão ser responsabilizados tanto criminal quanto civilmente”, disse.

Nos escritórios do Incra, doze funcionários foram afastados temporariamente. Nove chegaram a ser presos, mas foram liberados. A Justiça federal entendeu que por não terem antecedentes criminais eles poderiam ser soltos depois do pagamento de fiança.

O então superintendente do instituto no estado, Valdir Cipriano do Nascimento, foi exonerado. Agora, o Ministério Público Federal quer que os servidores acusados de envolvimento nas fraudes sejam afastados definitivamente até o fim do processo.

Manuel Furtado Neves, que assumiu a superintendência do Incra em Mato Grosso do Sul depois da operação da Polícia Federal, disse que prioridade neste momento é manter o funcionamento do instituto.

“O Incra está verificando todos os pontos e fazendo o levantamento devido para verificar as inconsistências e retornar ao ritmo normal”, explicou Neves.

O atual superintendente do Incra em Mato Grosso do Sul, Manuel Furtado Neves, assumiu o cargo no início de setembro.