Folha Online | 27 de outubro de 2010 - 17:38

Câmbio e demanda externa pioram expectativa de exportações

O aumento da preocupação das empresas exportadoras com a taxa de câmbio e a retração da demanda externa provocaram a queda das expectativas dos industriais para as vendas externas dos próximos seis meses em outubro, informou nesta quarta-feira a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

De acordo com o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, houve um aumento no terceiro trimestre da participação da taxa de câmbio entre os principais problemas apontados pelas grandes empresas, que passou de 28% para 31,3% em termos de importância entre as dificuldades.

"A taxa de câmbio afeta mais as grandes empresas porque são elas as principais envolvidas com exportações. O real valorizado afeta a competitividade desses produtos no exterior. E ainda há a demanda externa baixa", apontou Fonseca, justificando a razão pela qual as expectativas dos empresários para o volume de exportações para os próximos seis meses recuou de 51,4 pontos em setembro para 48,1 pontos em outubro.

Contudo, tanto as companhias grandes como as pequenas seguiram apontando como principal problema a carga tributária elevada, seguida pela competição acirrada de mercado. Para as pequenas empresas, um problema que foi bastante lembrado foi a falta de trabalhador qualificado.

PRODUÇÃO

A produção industrial apresentou crescimento no terceiro trimestre do ano, apesar do recuo apurado em setembro na comparação com agosto, informou nesta quarta-feira a CNI (Confederação Nacional da Indústria) na sua pesquisa Sondagem Industrial. O resultado caiu para 53 pontos em setembro ante 55,1 pontos no mês anterior.

Contudo, apesar do recuo, a atividade industrial se manteve em crescimento, já que resultados acima de 50 pontos sinalizam avanço na atividade. Em todos os meses do terceiro trimestre, os resultados se mantiveram acima dos 50 pontos.

No terceiro trimestre, o indicador de emprego apresentou avanço em relação aos três meses anteriores ao atingir 55,2 pontos, ante 54,6 pontos do trimestre anterior, o que demonstra o contínuo crescimento do emprego na indústria no ano.