Agência Câmara | 22 de outubro de 2010 - 16:51

Nenhum deputado federal eleito por MS tem votos próprios

Nenhum dos oito deputados federais que se elegeram ou renovaram seus mandatos em 3 de outubro, por Mato Grosso do Sul, conseguiu o feito exclusivamente graças aos votos individuais que conquistaram nas urnas.

Nem mesmo o campeão de votos à Câmara, Edson Giroto (PR), o mais votado da história do Estado para aquela Casa, teve esse privilégio. Giroto obteve 147.343 votos e foi também o oitavo deputado mais votado do país, proporcionalmente.

Ele ficou à frente de pesos pesados da política nacional como ACM Neto (BA), Garotinho (RJ) e Sarney Filho (MA).

Levantamento do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) indica que, segundo o resultado das últimas eleições, apenas 35 dos 513 deputados federais eleitos alcançaram individualmente o quociente eleitoral nos seus estados.

Em 2006, 32 foram eleitos ou reeleitos com os seus próprios votos, sem precisar dos votos das suas coligações.

No caso específico de Giroto, sua votação expressiva foi fruto de dois fatores: do trabalho como secretario de Obras da Capital e do Estado e, principalmente, do peso político do seu partido e da coligação que o elegeu, comandada principalmente pelo PMDB do governador André Puccinelli e do prefeito da Capital Nelson Trad Filho.

No âmbito nacional, segundo o Diap, os estados da Bahia, Pernambuco e Minas Gerais elegeram cinco parlamentares cada levando-se em conta os votos individuais dos parlamentares. Ceará, Goiás, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo tiveram dois eleitos cada.

Acre, Distrito Federal, Piauí, Paraná, Rondônia e Roraima contaram com um representante cada nessa situação. Considerando os partidos, PT e PMDB elegeram sete cada; PSB, cinco; PR, quatro; PSDB, DEM e PP, dois; e PTB, PPS, PDT, PSC, PSOL e PCdoB, um.

Casos excepcionais

O humorista Tiririca, que conquistou 1,3 milhão de votos pelo Partido da República em São Paulo, teve votos suficientes para ajudar a eleger mais 3,5 deputados de sua coligação.

Por outro lado, deputados com votação expressiva não foram eleitos. No Rio Grande do Sul, a deputada Luciana Genro (PSOL) não conseguiu ser reeleita, apesar de ter recebido 129 mil votos – a deputada não eleita mais votada do Brasil.

Para o líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), o sistema atual cria distorções “monstruosas” quando se trata de coligações partidárias, porque nem sempre o candidato “puxado” segue a mesma ideologia do mais votado.