Dourados Agora | 20 de outubro de 2010 - 07:00

Denúncia contra Ari tem 5 mil páginas

Uma “avalanche” de denúncias pode gerar a cassação do prefeito afastado Ari Artuzi por má gestão dos recursos da saúde pública. O documento produzido durante a CPI da Saúde, será disponibilizado aos advogados de Artuzi, que tem 10 dias para elaborar a defesa acerca das acusações apontadas. O relatório deverá ser remetido à Comissão Processante da Câmara, presidida pelo vereador Elias Ishy (PT).

Ele disse ao Douradosagora disse que Ari está sendo acusado de desvio de dinheiro público, o que teria gerado caos no sistema de atendimento a população, causando mortes e deficiência nos serviços prestados. A denúncia tem como base depoimentos colhidos e auditorias na pasta. Uma verdadeira devassa nos contratos foi realizada.

A criação da CPI foi motivada por denúncias levantadas pela “Operação Owari”, da Polícia Federal, que dão conta da existência de um esquema de fraude em licitações públicas e superfaturamento de diversos contratos. A meta foi fazer uma investigação criteriosa sobre a destinação dos recursos do setor durante os dois últimos anos (2007 e 2008) da administração anterior e na atual. Consta que durante esse período o Ministério da Saúde destinou aproximadamente R$ 222 milhões para investimentos no setor em Dourados.

De acordo com Elias Ishy, o relatório aponta uma série de indícios de irregularidades. Um dos fatos que chamaram a atenção do parlamentar foi o gasto de 40 litros de combustível por dia com apenas um veículo. “Paralelo a estes trabalhos, também estamos analisando uma auditoria para investigar o gasto com o abastecimento da frota”, adianta.

DO ZERO

A Comissão Processante praticamente começou do zero os trabalhos. Na última segunda-feira os advogados do prefeito Ari Artuzi não entregaram defesa no prazo estipulado pela gestão anterior da CP, presidida na época pelo vereador José Carlos Cimatti, afastado por suspeita de suposta participação em esquema de propina e desvio de dinheiro público.

De acordo com o atual presidente, o vereador suplente Elias Ishy (PT), houve um entendimento da procuradoria jurídica da Câmara em recomecçar os trabalhos. Isto porque, segundo ele, o legislativo teria que disponibilizar documentos que foram solicitados pela Defesa do prefeito. Em recente entrevista, o advogado Carlos Marques disse que o relatório foi mal elaborado e que o seu cliente nem sabia do que estava sendo acusado, uma vez que o documento da Câmara não continha especificações de supostas irregularidades cometidas pelo prefeito.

O vereador Elias Ishy disse que devido ao suposto erro cometido na gestão anterior da Comissão Processante, será necessário iniciar todo o processo, desta vez atendendo as solicitações da defesa de Ari acerca de documentos. O prefeito deverá ser notificado, a exemplo do que aconteceu no final de setembro, e um novo prazo de 10 dias será concedido para a apresentação da defesa.

Para Elias Ishy, a medida foi tomada para resguardar o andamento da CP e não correr o risco de posteriormente ter ações anuladas pela justiça. Ele afirma que com a contratação de uma assessoria jurídica especializada no assunto haverá desenrolar do processo e andamento dos trabalhos.