Campo Grande News | 19 de outubro de 2010 - 13:38

Para Famasul, greve e fechamento é reflexo de mercado

O presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Eduardo Riedel, avaliou nesta manhã o problema enfrentado pelo setor frigorífico do Estado, o que, para ele, tem relação com as mudanças na cadeia produtiva.

No início do mês, o Independência anunciou o fechamento de sua unidade em Nova Andradina. Foram demitidas mais de 750 pessoas, que ocupavam funções de porteiro a gerente.

A unidade de Campo Grande do JBS/Bertin está em greve há mais de duas semanas. Há previsão de que os funcionários da mesma empresa cruzem os braços a partir de quinta-feira em Naviraí.

“O setor vive um momento delicado. Não falo do preço da arroba pago ao produtor, mas da pecuária de corte como uma cadeia. Hoje temos dezenas de frigoríficos em recuperação judicial e um apoio maciço do governo a grandes empresas, como Marfrig e JBS. Enquanto isso, outros frigoríficos ficam em um ambiente muito difícil”, avaliou.

Para o presidente da Famasul, há uma concentração grande de mercado no varejo.

“Na outra ponta, há grandes compradores como o Walmart, Carrefour, Pão de Açúcar, que trazem uma mudança de perfil à cadeia. Eles têm um instrumento de pressão muito maior, têm um poder de barganha muito grande”, comentou.

Com apoio do governo às maiores empresas e domínio dos grandes compradores no mercado, os pequenos frigoríficos terminam “achatados”, na avaliação de Riedel.

Momento político – O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Famasul, José Monteiro, tem opinião diferente. Ele acha que as dificuldades enfrentadas pelo setor têm relação com o momento de transição política pela qual passa o País.

“Estamos em uma possível mudança de governo e isso produz uma instabilidade tanto do lado laboral quanto do patronal”, avaliou.

Mesmo assim, acredita que o Independência vá se recuperar e pagar toda a dívida que ainda tem com os produtores.