Assecom | 19 de outubro de 2010 - 10:48

Juiz diz que Délia tem prerrogativa de escolher secretários

O juiz Eduardo Machado Rocha, que ocupou o cargo de prefeito de Dourados de 4 de setembro a 8 de outubro, negou ter solicitado à prefeita interina Délia Razuk (PMDB) que mantivesse nos cargos os titulares das secretarias municipais. “A escolha ficou a critério da prefeita. É prerrogativa dela trabalhar com pessoas de sua extrema confiança”, afirmou Eduardo Machado Rocha.

Ele disse que não fez nenhum pedido para permanência de secretários. “Quando transferi o cargo para a dona Délia a maioria dos secretários manifestou interesse em entregar os cargos, mas pedi que ficassem e se colocassem à disposição da prefeita para informá-la sobre a situação das pastas. Depois disso, a decisão pela permanência ou não desses secretários nos cargos coube exclusivamente à prefeita interina”, explicou o juiz.

Eduardo Rocha afirmou que a única secretária escolhida em conjunto entre ele e Délia Razuk antes mesmo da transferência de cargo foi Denise Nemirovsky, titular da Secretaria Municipal de Saúde. “Fiquei sabendo que a doutora Denise pediu para deixar a secretaria por motivo de salário. Quando
estávamos na prefeitura tentamos resolver esse problema, mas não foi possível”, afirmou.

O juiz disse que na época discutiu com um auditor do Tribunal de Contas do Estado e com a Procuradoria-Geral do Município uma forma de viabilizar a correção dos salários do prefeito, vice-prefeito e secretários, defasados há mais de seis anos. “É difícil conseguir pessoas honestas e de bem que queiram trabalhar apenas pelo salário de R$ 6 mil. Esse vencimento pode dar margem para que falcatruas sejam feitas por pessoas mal intencionadas. É necessário remunerar bem para exigir um serviço de qualidade”, afirmou o magistrado.

Segundo ele, o problema só pode ser resolvido através de um projeto de lei aprovado pela Câmara. Eduardo Rocha aproveitou para informar que no período em que esteve na prefeitura determinou que o salário do prefeito e do vice-prefeito afastados fosse depositado em uma conta judicial.