Redação Terra | 14 de outubro de 2010 - 18:15

Chile: alguns mineiros podem ter alta hoje, dizem médicos

Os 33 trabalhadores resgatados no Chile após ficarem soterrados desde o dia 5 de agosto em uma mina no norte do país se recuperam "rapidamente" e "dois ou três" deles podem receber alta ainda nesta quinta-feira, disseram os médicos que os atendem no Hospital de Copiapó.

Segundo fontes do Palácio de la Moneda, o presidente chileno, Sebastián Piñera, visitou também nesta quinta-feira os mineradores no centro médico e esteve, pela primeira vez, com todos eles ao mesmo tempo.

"Calculamos que às 16h (horário local e de Brasília) alguns mineradores podem receber alta, talvez dois ou três", disse o subdiretor do hospital, Jorge Montes, em uma entrevista coletiva em conjunto com o ministro chileno da Saúde, Jaime Mañalich. A previsão inicial era de que os trabalhadores ficariam 48 horas no hospital.

"Os dois dias previstos anteriormente se referem a uma situação padrão, mas a alta médica é depende da equipe médica e do estado de cada paciente. A maioria dos mineradores se comportou muito bem do ponto de vista clínico", disse, explicando ainda que todos "se acostumaram muito bem à luz natural" e "suportaram de forma notável o estresse".

"Nenhum deles entrou em estado em choque e ninguém quis deixar o hospital mais cedo", assegurou Montes. Segundo o médico, os primeiros a deixar o hospital não obedecerão necessariamente à ordem de chegada.

Desmoronamento
Em 5 de agosto, um desmoronamento na mina San José, em Copiapó, deixou 33 trabalhadores presos em uma galeria a quase 700 m de profundidade. Após 17 dias, as equipes de resgate conseguiram contato com o grupo e descobriram que estavam todos vivos por meio de um bilhete enviado à superfície. A partir daí, começou a operação para retirá-los da mina em segurança.

A escavação do duto que alcançou os mineiros durou 33 dias. O processo terminou no dia 9 de outubro, sábado, quando os martelos das perfuradoras chegaram até o abrigo onde eles estavam. Concluída esta etapa, as equipes de resgate decidiram revestir o duto - ainda que parcialmente - para aumentar a segurança antes de retirá-los. Este trabalho terminou no domingo pela manhã.

Depois de muitos testes, o esforço final de resgate teve início às 23h19 de terça-feira, 12 de outubro, quando a cápsula desceu pela primeira vez ao refúgio dos mineiros carregando o socorrista Manuel González - e durou menos de 24 horas. Os trabalhos terminaram às 21h55 da quarta-feira, dia 13. A missão durou pouco menos da metade do tempo estimado pelas autoridades, que era de 48 horas.

Os trabalhadores foram içados dentro da cápsula Fênix II, que tem 53 cm de diâmetro. Durante todo o percurso de subida, eles tinham suas condições de saúde monitoradas, usaram tubos de oxigênio e se comunicaram com as equipes da superfície por meio de microfones instalados nos capacetes.