Máquina de camisinhas chega às escolas públicas em 2011
Em vez de balas, biscoitos e salgadinhos, máquinas em seis escolas públicas do Ensino Médio dos Estados de Santa Catarina, do Distrito Federal e da Paraíba oferecerão dois tipos de PRESERVATIVOS.
A partir de janeiro de 2011, os alunos dessas instituições poderão retirar, gratuitamente, por meio do código de matrícula e uma senha individual, camisinhas.
A inovação tecnológica - e na prática da EDUCAÇÃO SEXUAL - faz parte do projeto piloto do Programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), realizado pelos ministérios da Saúde e Educação, para reduzir a vulnerabilidade de adolescentes e jovens às doenças sexualmente transmissíveis (DST), à infecção pelo HIV e à gravidez não-planejada.
Serão fornecidos PRESERVATIVOS masculinos, com duas opções de largura.
A ideia, explica a assessora técnica do departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Hepatites Virais do Ministério da Saúde Ellen Zita, é "atender às necessidades dos adolescentes" e fazer com que a escola seja um canal de enfrentamento aos problemas sociais vividos pelos jovens.
"O que for necessidade do adolescente deve ser atendido.
A escola tem condições de abrigar e distribuir o PRESERVATIVO."
Para oferecer tal serviço, as instituições precisam participar do Programa Saúde e Prevenção nas Escolas, responsável por capacitar educadores e estabelecer um projeto pedagógico voltado à EDUCAÇÃO SEXUAL.
A entrada da máquina também depende da aceitação da comunidade escolar.
O interesse em participar é voluntário - depende da vontade de cada escola - e deve ser comunicado ao Ministério da Saúde.
Caberá às secretarias da Saúde o abastecimento e controle do material.
Ellen afirma que ainda não foi definido o número de PRESERVATIVOS que cada aluno terá direito a retirar e nem a frequência com que poderá recorrer à máquina.
"Esta parte será definida após o projeto piloto. Os responsáveis pelas instituições farão esse controle e distribuição de fichas ou senhas aos alunos."
Uma pesquisa encomendada à Unesco pelo governo, publicada em 2007, revelou a boa aceitação de pais, professores e alunos aos PRESERVATIVOS nas escolas.
Embora alguns setores acreditem que este tipo de ação do programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) possa incentivar a prática sexual entre os alunos, a disponibilização do PRESERVATIVO no ambiente escolar foi considerada "uma ideia legal" para 89,5% dos estudantes e 63% dos pais consultados.
Apenas 5,1% dos alunos, 6,7% dos professores e 12% dos pais pesquisados acham que essa "não é função da escola".
Na avaliação do Ministério da Saúde, os números mostram que, quando a iniciativa é atrelada a um projeto pedagógico e há discussão com a comunidade escolar, a distribuição de CAMISINHA nas escolas é bem aceita.
"As máquinas são ferramentas para facilitar ainda mais o acesso do estudante à CAMISINHA", afirma Ellen.
O principal motivo alegado por 42,7% dos estudantes para não usar o PRESERVATIVO é não tê-lo na hora "H" e 9,7% deles declararam que não têm dinheiro para comprá-lo.
O estudo revelou que 44,7% dos estudantes têm vida sexual ativa. Em relação ao PRESERVATIVO, 60,9% dos estudantes declaram ter usado na primeira relação sexual e 69,7% fizeram uso na última.
O provável hiato entre a distribuição gratuita e a garantia do uso não preocupa o governo.
Segundo Ellen, o projeto aborda as necessidades coletivas dos jovens, não o controle individual. "Não fazemos pesquisa comportamental dentro da escola.
Serão os indicadores de evasão escolar por gravidez, redução nas infecções sexuais que vão nos mostrar o sucesso ou fracasso de tal iniciativa (no caso, a máquina de camisinhas)."
Criar um mercado paralelo de venda de camisinhas ou permitir que tal CONTRACEPTIVO seja usado de forma lúdica - como um brinquedo dentro do ambiente escolar - também não diminui as expectativas positivas do governo. "Não trabalhamos com hipóteses negativas.