Folha Online | 9 de outubro de 2010 - 06:59

Em Dourados, Bradesco e HSBC tentam abrir agências na pressão

Os bancários se mantiveram firmes no décimo dia da greve nacional por tempo indeterminado da categoria, nesta sexta-feira 8, em mobilização por valorização do poder de compra e melhores condições de trabalho. No final da tarde, a Fenaban e as direções do BB e da Caixa marcaram negociações.

Mas antes de cederem e chamarem para a negociação os bancos mais uma vez utilizaram-se da pressão e do assédio moral contra seus funcionários em todo o Brasil e, em Dourados no Mato Grosso do Sul não foi diferente, principalmente em relação ao Bradesco (mais uma vez o Bradesco) e o HSBC, que tentaram em vão pressionar seus funcionários a furar a greve. Porém o Sindicato reagiu e mais uma vez os assediadores quebraram a cara.

BRADESCO: Logo pela manhã o clima na agência centro do Bradesco em Dourados já dava sinais de que o dia prometia. A administração da agência dava mostra de que iria mais uma vez aprontar com o movimento grevista, tentativa essa que diga-se de passagem foi tentada e fracassada em todos os 10 dias de greve até o momento.

Em pouco tempo deu para perceber qual era a jogada do dia, a administração da agência havia telefonado para todos os funcionários (com ameaças veladas claro) para que os mesmos se posicionassem na entrada da agência e fizessem pressão para que o piquete de convencimento montado pelo Sindicato pudesse ser desconstruído e a greve furasse para que os mesmos pudessem abrir a agência. O circo estava tão bem armado pelo banco que até um cinegrafista o banco havia contratado para filmar o possível confronto a que o Bradesco tinha imaginado que ocorreria entre seus funcionários coagidos a furar a greve e os demais bancários em greve.

Quebraram a cara, pois o movimento grevista resistiu à pressão, com a clara intenção do banco para que houvesse um descontrole e quebra-quebra na agência para criar o fato que o Bradesco rasteiramente tenta desde o início da greve, na tentativa de obter subsídio para convencer a Justiça do Trabalho a acabar com a greve, já que até o momento embora o banco tenha conseguido interdito, este não lhe é favorável vez que permite apenas a entrada dos gerentes as dependências da empresa e deixa bem claro que os demais bancários fica a cargo do movimento paredista o convencimento a permanecerem na greve.

Mais uma vez e, pelo décimo dia seguido, os grevistas venceram o “poderoso” Bradesco, que vendo que havia resistência e que os bancários não se curvariam a baixaria do banco a administração jogou a toalha e deu a ordem (ordem velada) para que os bancários do Bradesco dispersassem da frente da agência.

HSBC: Neste banco a tática não foi diferente, com a administração da agência de Dourados chegando a declarar que: hoje vou abrir a agência nem que seja na marra e se for preciso chamaremos a polícia”, e da mesma forma fez ligações a todos os bancários de sua agência convocando-os para estarem a frente da agência que a mesma abriria as portas nesse dia (repentindo: “nem que seja na marra”), igualmente ao acontecido com o Bradesco o movimento grevista não cedeu a mais essa pressão barata dos banqueiros. E o saldo do dia foi mais uma vez 100% das agências bancárias da cidade de Dourados paralisadas.