Reuters | 4 de outubro de 2010 - 16:52

Dólar fecha em alta seguindo mercado externo

O dólar fechou em alta ante o real nesta segunda-feira, com o mercado prestando atenção no cenário internacional em uma sessão de volume relativamente enxuto. A moeda americana subiu 0,65%, para R$ 1,692. Nos últimos sete dias, o dólar acumulava queda de 2,3%, atingindo o menor nível desde setembro de 2008.




O volume de negócios registrados na clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa somava US$ 1,1 bilhão a poucos minutos do fechamento. A média diária em setembro foi de pouco mais de US$ 3 bilhões.




"Está muito fraco", resumiu o operador de uma corretora em São Paulo, que preferiu não ser identificado. "E, como afundou o S&P 500 (índice de ações em Nova York ), aqui o dólar acompanhou, sem muita força."




Enquanto o mercado brasileiro encerrava as operações, o S&P 500 caía 0,9% e o dólar subia 0,5% em relação a uma cesta com as principais moedas.




Após um mês de lucros na bolsa de valores de Nova York, os investidores se preparavam para uma semana carregada de indicadores, com destaque para o relatório sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, com divulgação na sexta-feira. Além disso, notícias sobre Irlanda, Portugal e Grécia justificavam a queda do euro.




O predomínio do cenário externo deixou em segundo plano a discussão sobre a campanha presidencial no Brasil. Para a maioria dos analistas, a indefinição entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) deve adiar possíveis medidas do governo de intervenção no câmbio - o que, para eles, deve favorecer a queda do dólar ao longo deste mês.




"As medidas para lidar com a apreciação do real, particularmente em termos de política fiscal, terão que ser adiadas um pouco mais", acredita Mauricio Rosal, economista para América Latina da corretora Raymond James.




A probabilidade, porém, não é vista de forma unânime. Para Zeina Latif, economista do RBS, o governo pode atuar de forma mais firme contra a baixa do dólar para evitar críticas de Serra à política cambial durante a campanha.




Nesta segunda-feira, a atuação do governo restringiu-se a dois leilões de compra de dólares do Banco Central (BC). A assessoria de imprensa do BC afirmou que a instituição "não define sua atuação em função do cenário político".