Terra | 3 de outubro de 2010 - 20:25

Brasil testa com sucesso urnas que reconhecem eleitor por digital

O Brasil, país pioneiro na votação eletrônica e que há dez anos digitalizou totalmente as eleições, aprovou com sucesso durante o pleito de hoje um novo tipo de urna que reconhece o eleitor pela impressão digital.

"A urna biométrica foi um sucesso. Foi a primeira vez que usamos e obtivemos 93,5% de reconhecimento das impressões digitais", afirmou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, ao fazer um balanço sobre o uso da nova tecnologia.

O novo tipo de urna foi utilizado em 60 cidades por 1,2 milhão de eleitores que, previamente, tinham ido aos colégios eleitorais para escanear suas impressões.

Segundo o TSE, só 6,5% dos eleitores inscritos que usaram a tecnologia não tiveram a impressão digital reconhecida.

Lewandowski acrescentou que a maioria dos problemas não foi causado pelas cinco mil urnas biométricas, mas pela falta de treino das pessoas que tinham que operá-la ou pela imprecisão das digitais dos eleitores que trabalham com produtos químicos ou com atividades manuais.

Os eleitores que não foram reconhecidos pelas urnas tiveram que apresentar seus documentos para se identificar como o restante da população e não foram impedidos de votar.

"Foi um sucesso e ninguém deixou de votar por falta de reconhecimento digital", acrescentou.

Também assegurou que, após o êxito do teste realizado neste domingo, todo o país poderá usar, a partir das eleições presidenciais de 2018, as urnas que identificam o eleitor por suas características físicas e que eliminam significativamente os riscos de fraude, já que ninguém pode substituir o verdadeiro votante.

Apesar do balanço positivo, os eleitores que utilizaram a nova tecnologia demoraram, em média, mais tempo que os outros para votar.

Enquanto os eleitores das urnas convencionais demoraram entre 60 e 90 segundos para votar em seis candidatos (presidente, dois senadores, um governador, um deputado federal e um deputado estadual), os que usaram as biométricas na cidade de Hidrolândia, no estado de Goiás, por exemplo, demoraram mais que o dobro.

A maioria dos eleitores aprovou a nova urna, apesar de a tecnologia prejudicar a votação na cidade de Buzios, no Rio de Janeiro, onde os problemas causaram um atraso da apuração em todo o estado.

A novidade confirma o Brasil como um dos países com tecnologia mais avançada na automatização do sistema eleitoral.

Desde as eleições municipais de 2000, todos os eleitores brasileiros usam urnas eletrônicas.

O voto eletrônico começou a ser implantado no país nas eleições municipais de 1996 e demonstrou sua efetividade para facilitar o voto e a apuração.