Folha | 2 de outubro de 2010 - 08:54

Perder vira vantagem no Mundial de vôlei

A polêmica está instaurada no Mundial masculino de vôlei, na Itália. Às vésperas do encerramento da segunda fase do torneio, o formato da competição vem sendo criticado por técnicos e atletas. Já classificado, o Brasil disputa hoje, às 16h, contra a Bulgária, uma partida que definirá o líder do Grupo N.

Para a seleção brasileira, não há vantagem alguma em se classificar para a terceira fase em primeiro lugar, pois o líder poderia enfrentar Rússia e Cuba. Dessa nova chave, apenas um time se classifica para a semifinal. "A fórmula é ridícula, nunca vi algo assim. O time mais bem classificado pega o caminho mais difícil", disparou Rodrigão, central do Brasil.

A "estratégia" de perder para os búlgaros para fugir de um possível "grupo da morte" afligiu a seleção brasileira. Alguns atletas aventaram até a possibilidade de poupar o levantador Bruno, que vem se queixando de cansaço. Com o reserva Marlon adoentado, o Brasil teria que improvisar outro jogador para a posição.

"Não podemos arriscar perder o Bruno para o jogo de segunda-feira [estreia na terceira fase]. Imagina se o jogo de amanhã for de quatro ou cinco sets, e ele não tiver condições de treinar na véspera da partida mais importante?", questionou Murilo.

O técnico Bernardinho garantiu que iniciará o jogo com o time base, mas deve colocar reservas ao longo da partida. "Vamos aproveitar para dar ritmo de jogo a alguns atletas que ainda não atuaram. Mas vamos trabalhar e fazer o nosso melhor."

Ontem mesmo, a Rússia já aproveitou para adotar estratégia similar. Após vencerem dois sets contra a Espanha, os russos praticamente garantiram a classificação. Com isso, o técnico da equipe, Daniele Bagnoli, colocou em quadra quatro reservas.