Campo Grande News | 29 de setembro de 2010 - 06:45 FRENTE A FRENTE

Debate é encerrado com desvios do FAT e pedidos de voto

Denilson Pinto / Assessoria

O quarto e último bloco do debate entre os candidatos ao governo do Estado, exibido pela TV Morena, foi permeado por assuntos como o escândalo do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), ocorrido na gestão de Zeca do PT, e proposta para a municipalização das ações.

Também foi neste bloco que Zeca, André Puccinelli (PMDB) e Nei Braga (PSOL) fizeram suas considerações finais e pediram votos aos telespectadores.

André abriu o bloco questionando Zeca sobre o suposto desvio milionário de recursos do FAT, por meio de notas frias, para financiamento de campanhas do partido.

O petista se justificou afirmando que não interferiu no andamento dos processos e que não se “escudou” em seu mandato e nem se escondeu atrás da Assembleia Legislativa.

“Não estou arrolado em nenhum processo e se algum funcionário do meu governo fez algo errado, terá de pagar”, garantiu o ex-governador petista, que esteve à frente da administração de Mato Grosso do Sul por oito anos consecutivos.

No fim de sua justificativa, Zeca desviou o assunto e sugeriu a André Puccinelli que autorize a Assembleia Legislativa a dar prosseguimento em processo para investigar suposto enriquecimento ilícito.

Na réplica, o governador disse que Zeca é quem deveria provar que não enriqueceu ilicitamente, já que seu patrimônio cresceu 16 vezes desde que assumiu o governo do Estado em 1998.

Também questionou seu adversário sobre a falta de informação a respeito do que seus assessores diretos e secretários faziam com as verbas do FAT. “Como ele não sabia se isso foi um escândalo nacional? Então ele não cuidava de seu governo? Com isso, o Estado perdeu R$ 30 milhões para a requalificação profissional”, disparou Puccinelli.

Zeca afirmou que a maioria dos processos relacionados a esta questão está sendo arquivada por falta de provas.
O petista prosseguiu com o debate questionando o candidato do PSOL, Nei Braga, sobre suas propostas para a municipalização do governo.

“É fazer o que fizemos ou contratar ex-prefeitos a R$ 10 mil por mês para a Casa Civil”, questionou.

Nei Braga disse que, apesar de não tem formado um conceito sobre o municipalismo, sabe que qualquer ação só faz sentido se for revertida em benefícios para o cidadão.

Em resposta, Zeca afirmou que pretende investir na interiorização dos investimentos caso seja eleito, fazendo parceria com os prefeitos e convênios nas áreas de saúde, cultura, educação e segurança pública.

Nei Braga prosseguiu repudiando a “relação promíscua” de dependência das cidades em relação ao governo do Estado. “O que não pode é essa chantagem política para liberação de verbas”, criticou.

O debate prosseguiu com Nei Braga, do PSOL, retomando o assunto dos vídeos divulgados no Youtube e a revelação de indícios de corrupção. Ele perguntou se será solicitada também a quebra do sigilo bancário e fiscal de assessores diretos do governador.

Puccinelli respondeu que toda a sua família já teve contas vasculhadas, assim como alguns secretários e assessores, e que já foi provada sua idoneidade em 39 das 40 ações judiciais propostas contra ele pelo PT.

Nei Braga disse que é o único candidato sem processos na Justiça. Puccinelli continuou sua justificativa afirmando que mora há 17 anos no mesmo apartamento, dirige seus próprios carros e que está à disposição dos órgãos competentes para qualquer tipo de averiguação.

Considerações finais - Cada candidato teve três minutos para suas considerações finais. Nei Braga disse que não vai usar recursos do Estado para enriquecimento próprio caso seja eleito. Também enfatizou que seu partido, o PSOL, simboliza a renovação, “uma proposta de governo sério e de respeito”.

André Puccinelli disse que procurou fazer uma campanha propositiva, e citou alguns itens de seu plano de governo, como a criação do curso de medicina em um campus da UEMS em Campo Grande, integração das polícias, e construção de 50 mil novas residências populares.

Zeca do PT finalizou o debate afirmando que realizou uma campanha “olho no olho”, andando por vilas e assentamentos e apresentando propostas para a saúde, educação e crescimento econômico e social. Também aconselhou a população a não vender seu voto e nem ceder a chantagens eleitoreiras.