1 de dezembro de 2004 - 13:35

Mercadante e Furlan defendem queda na taxa de juros

O líder do governo Lula no Senado, Aloizio Mercadante, defendeu nesta quarta-feira a queda da taxa básica de juros (a Selic). O índice, atualmente, é de 17,25% ao ano.

Segundo o líder petista, os juros subiram devido a uma reação do Banco Central a "choques externos da cadeia do petróleo e do aço". Essa situação, segundo o senador, já está resolvida, e por isso os juros poderiam baixar. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, com quem o senador esteve reunido, também defendeu a queda nos juros.

Mercadante disse estar preocupado com a desvalorização do dólar, um processo que, segundo ele, está acontecendo no mundo todo, e que deve ser acompanhado com atenção pelo Brasil, devido à influência que tem sobre a balança comercial. Um dólar barato demais faz com que a renda obtida com as exportações diminua, o que pode influir desfavoravelmente sobre o saldo da balança.

"A taxa de câmbio começa a dar sinais de preocupação, a médio prazo, em relação ao saldo comercial", afirmou Mercadante. O senador defendeu a compra de dólares por parte do governo, para incrementar as reservas internacionais e se prevenir contra prováveis medidas que o governo dos Estados Unidos possa vir a tomar para defender sua moeda.

Críticas
As críticas à política de juros do BC dentro do próprio governo têm sido uma constante. O próprio vice-presidente, José Alencar, defendia abertamente a queda da Selic a cada reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) para definir o novo índice. Ao receber uma nova tarefa no governo - o Ministério da Defesa -, não tocou mais no assunto.

O ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa, era outro crítico ácido da política monetária do BC. Ele chegou a dizer que a atual gestão do banco era "um pesadelo". Poucos dias depois, foi demitido, dando lugar a Guido Mantega - que, quando no Planejamento, não comentava a Selic.

Com informações de O Globo.