Folha Online | 23 de setembro de 2010 - 11:26

Petrobras capta mais de R$ 100 bilhões

Chega ao fim nesta quinta-feira a novela da capitalização da Petrobras, a maior captação de recursos já feita por uma empresa a partir das economias e das aposentadorias de milhares de pessoas no mundo.

A estatal deve levantar, de início, cerca de R$ 104 bilhões, dependendo do preço final das ações; mais de dois terços serão do governo, na forma de títulos pelos barris de petróleo do pré-sal.

Hoje se define o preço pelo qual serão vendidas as novas ações da empresa -- deve ficar próximo de R$ 26 para os papéis PN (sem voto) e de R$ 29 para os ON (com voto).

Batido o martelo, os novos papeis são distribuídos imediatamente (os bancos ficarão a madrugada inteira alocando os pedidos dos clientes) e começam a ser negociados já amanhã na Bolsa de Nova York.

No Brasil, a estreia de fato é na segunda, mas a festa na BM&FBovespa, com direito a discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será também amanhã.

Os valores serão fechados pelo conselho de administração da Petrobras no início da noite e dependem ainda do rumo dos negócios na BM&FBovespa hoje, última oportunidade para o mercado bater nas ações e baixar ainda mais o preço.

Se as ações desabarem hoje, a captação encolhe. Por outro lado, aumenta a venda de lotes adicionais.

Até a semana passada, a meta dos investidores mais agressivos era comprar os papéis PN na oferta por R$ 25, mas a expectativa foi frustrada pela alta inesperada das ações na segunda.

Não há uma versão oficial para a alta de segunda -- há quem fale na ação de "formadores de mercado", bancos contratados para não deixar os papéis desabarem tanto. Há uma adesão --não confirmada-- de fundos soberanos da Ásia, inclusive do Irã.

Se forem confirmados os preços de R$ 26 (PN) e de R$ 29 (ON), a Petrobras levantará R$ 104,3 bilhões com a venda integral das ações ofertadas inicialmente, sem contar os lotes adicionais.

Com os lotes extras, pode saltar para até R$ 133 bilhões. Em qualquer cenário, será a maior captação do mundo de recursos com venda de ações.