Folha | 20 de setembro de 2010 - 16:12

Deficit da Previdência Social dobra em agosto e atinge R$ 5,4 bilhões

O deficit da Previdência Social aumentou 111,2% em agosto comparado a julho, acumulando R$ 5,4 bilhões no vermelho, segundo os dados divulgados pelo ministério nesta segunda-feira. No acumulado do ano, o rombo é de R$ 30,7 bilhões, valor 1,3% inferior ao mesmo período do ano passado.

Para a pasta, o reajuste de 7,72% para as aposentadorias maiores que um salário mínimo e a antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas explicam a alta na dívida.

Descontando-se os R$ 1,85 bilhões empregados nessas despesas, o deficit fica em R$ 3,56 bilhões, ainda superior aos R$ 2,56 bilhões de julho. Todos os valores foram ajustados pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

O ministro Carlos Eduardo Gabas disse que a estimativa de deficit para 2010 poderia ser reduzida de R$ 47 bilhões a um valor entre R$ 46 bilhões e R$ 45 bilhões, mas a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) exige o reajuste de benefícios pelo teto a cerca de 154 mil pessoas, o que demandará R$ 1,5 bilhão da pasta e deverá manter as contas como estão.

O titular da pasta disse que a quantia deve ser desembolsada ainda neste ano. "A ideia é que não fique nada pendente para o próximo governo", afirmou.

PREVIDÊNCIA PRIVADA

Apenas 4% das famílias investem em previdência privada no país, segundo estudo realizado pela Kantar Wordpanel, a pedido da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), entidade que reúne 65 sociedades seguradoras e 15 entidades abertas de previdência complementar.

O levantamento foi extraído de uma base de 8,2 mil domicílios, amostra que representa 81% da população domiciliar brasileira e 91% do potencial de consumo residencial no Brasil. Entre janeiro e julho deste ano, o mercado de previdência privada arrecadou R$ 23,1 bilhões, 16,46% acima do resultado no mesmo período de 2009.