1 de dezembro de 2004 - 09:48

SUS poderá tratar doenças de origem genética

Geneticistas e gestores de saúde pública das regiões Sul e Sudeste, reunidos esta semana em São Paulo na primeira Oficina Regional sobre Atenção em Genética Clínica no Sistema Único de Saúde (SUS), discutem a criação e implementação de uma Política Nacional de Atenção em Genética Clínica.

De acordo com a Agência Fapesp, depois de prontas, as diretrizes deverão ser inseridas na agenda do SUS para que ocorra uma padronização do atendimento em genética em todos os estados do país.

Victor Ferraz, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Genética Clínica, afirmou que cerca de 8 milhões de crianças no mundo sofrem com algum tipo de anomalia congênita ou doença genética. Dos casos, 95% atingem crianças de países em desenvolvimento. "As políticas de saúde devem ser formuladas de acordo com as necessidades específicas dos usuários do SUS e com base nos dados epidemiológicos mundiais", disse Ferraz.

As pesquisas demonstram que cerca de 5% das gestações no Brasil evoluem para o nascimento de bebês com algum tipo de problema genético. "Está comprovado que essas doenças representam um problema de saúde pública grave e que merece atenção especial", alertou Ferraz.

Para o secretário estadual de Saúde, Luiz Roberto Barata, não basta fazer o diagnóstico dos pacientes ou oferecer o aconselhamento para prevenir as doenças. "É preciso utilizar o avanço do conhecimento científico para tratar as patologias de origem genética. Para isso, precisamos incorporar a genética ao SUS como uma das iniciativas de maior importância na atualidade", afirmou.

Barata lamentou o fato de o SUS, criado pela Constituição em 1988, ainda não dar atenção para todas as necessidades de saúde da população. "Nosso grande desafio é promover um atendimento universal, integral e com eqüidade", observou. "Esperamos poder traçar novas políticas de saúde com base nas decisões que serão tiradas dessas oficinas regionais."

A próxima oficina está prevista para ocorrer em Salvador (BA), em março de 2005, com gestores de saúde das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
 
 
Terra Redação