G1 | 18 de setembro de 2010 - 09:04

"Bruno tentou se matar várias vezes", diz Macarrão

Mesmo tendo se recusado a falar sobre o crime a que responde pelo sequestro de Eliza Samudio em juízo, Macarrão pediu a palavra na audiência desta sexta-feira (17) e disse não estar mais aguentando a situação.

“Estamos presos há 70 dias e Bruno já tentou se matar várias vezes. É só isso o que tenho pra dizer. O que tinha pra falar, eu já disse na delegacia”, resumiu o amigo do goleiro, após a saída do atleta da sala, que também se recusou a falar sobre a acusação em juízo. As informações foram passadas pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio. A audiência aconteceu no Fórum de Jacarepaguá, na Zona Oeste. Eles voltaram para o presídio de Bangu 2, onde estão presos.

Os dois respondem por sequestro e lesão corporal, que teria acontecido em 2009. Na época, ela estava grávida e registrou queixa na delegacia acusando os dois de a terem levado para um apartamento do jogador e a obrigado a ingerir remédios abortivos.

Bruno e Macarrão estão presos desde julho por outro crime. Eles também são réus no processo que investiga a morte de Eliza Samudio na Justiça de Minas Gerais. Eles vão responder na Justiça por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Eles negam o crime. As penas podem ultrapassar 30 anos. A jovem falou pela última vez com parentes e amigas no início de junho.

Macarrão impediu goleiro de cometer suicídio, diz advogado O advogado dos dois, Ércio Quaresma, afirmou que só soube das tentativas de suicídio de Bruno horas antes da audiência, por Macarrão. Segundo o advogado, o goleiro e o amigo estão presos na mesma cela e Macarrão foi quem impediu Bruno de se matar.

"Se ele tinha aparência de tranqüilidade de antes das acusações, essa tranqüilidade não existe mais. Este é o nono desmaio que ele sofre desde que foi preso. Macarrão o pegou fazendo uma teresa (uma espécie de corda com tecidos ou roupas amarrados) para se enforcar", contou Quaresma, que afirmou que vai pedir a assistência de um psiquiatra para o atleta na prisão.

Antes de Bruno e Macarrão se negarem a falar em juízo nesta sexta, os depoimentos das testemunhas de defesa duraram 1h40.