Folha | 15 de setembro de 2010 - 15:48

Brasil vai agir para segurar a valorização do real, diz Mantega

O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que o governo brasileiro está atento a movimentação de desvalorização das moedas asiáticas "e vai trabalhar para impedir a valorização" do real.

Segundo mantega, o governo do japão vendeu hoje ienes no mercado global para depreciar a moeda daquele país, "num movimento que parece orquestrado" com outras economias asiáticas como a coreana, por exemplo.

Para o ministro, muitos países da região, vem nas exportações "uma saída para crise", por isso, disse, mantém taxas de juros muito baixas e suas moedas desvalorizadas com objetivo de ampliar as suas exportações.

"Vamos atuar, não vamos permitir que isso acontece [valorização do real]. não vamos perder essa parada", disse Mantega em almoço da Firjan.

Em Londres, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou está sempre alerta a "sinais de desequilíbrios" na economia, mas evitou comentar diretamente a recente valorização do real.

"Nós estamos sempre procurando sinais de desequilíbrios, bolhas e etc, e sempre estamos alertas para que não haja desequilíbrios na economia", afirmou Meirelles a jornalistas quando questionado sobre eventuais preocupações com a alta do real.

INFLAÇÃO E PIB

Mantega previu que o IPCA fechará 2010 em torno de 5% --apenas 0,5 ponto percentual acima do centro da meta determinado pelo governo.

O ministro justificou tal estimativa em razão dos três últimos resultados mensais do índice, cuja variação ficou próxima a zero.

Mantega disse ainda que será cumprida neste ano a meta de superavit fiscal de 3,3% do PIB e ressaltou que será o 12º ano consecutivo que a meta fiscal é alcançada.

"Temos que crescer, mas com solidez fiscal", afirmou.

O ministro previu ainda um crescimento de 7% do PIB neste ano, estimativa considerada modesta por ele.

Mantega afirmou que o crescimento, assim como no primeiro semestre, será liderado pelos investimentos, que devem avançar 23% em 2010.

Tal perfil de crescimento, disse, é positivo pois não pe baseado apenas no consumo.