Folha Online | 14 de setembro de 2010 - 12:28

Vendas do comércio sobem pelo 3º mês seguido, aponta IBGE

As vendas no comércio no país em julho cresceram 0,4%, na comparação com o mês anterior, com ajuste sazonal, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com esse resultado, o setor manteve a sequência de três taxas positivas.

Em relação a julho de 2009, houve alta de 10,9%. No acumulado do ano, o avanço foi de 11,4% na comparação com igual intervalo do ano passado. Em 12 meses, o volume de vendas cresceu 9,7%.

Nilo Lopes de Macedo, coordenador de serviços e comércio do IBGE, ressalta que o comércio varejista tem apresentado taxas de crescimento cada vez menores, mas isso não deve resultar, mais à frente, em retração do setor. "Estamos caminhando para terminar o ano com avanço de 9%." Ele destaca ainda que, na comparação anual, os setores apresentam expansão de dois dígitos.

"A variação de um mês para outro reflete decisões de compra que, às vezes, não tem a ver com política econômica." A expectativa de crescimento vigoroso neste ano no varejo será sustentada, na sua opinião, pela elevação na renda, pelo avanço do emprego e pelo barateamento de produtos, principalmente alimentos. "Quem está entrando no mercado de trabalho agora tem uma propensão alta a consumir", completa.

As vendas no comércio varejista ampliado --que inclui ainda o desempenho das vendas de veículos e motos, partes e peças e material de construção apenas no varejo-- subiram 1,2% em julho, frente a junho. Na comparação com igual mês do ano passado, houve alta de 12,3%.

As vendas de veículos e motos, partes e peças subiram 2,9% na comparação com junho e 14,6% ante o mesmo mês de 2009. Já as vendas de material de construção no varejo registraram alta de 1,1% sobre junho e de 14,9% sobre julho de 2009.

SETORES

Na comparação com o mês anterior, quatro das oito atividades pesquisadas registraram crescimento no volume de vendas: livros, jornais, revistas e papelaria (3,4%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,9%), tecidos, vestuário e calçados (0,6%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,1%).

Macedo afirma que as vendas dos hipermercados afetaram o desempenho do varejo em julho, lembrando que, em maio e em junho, o crescimento havia sido supeior a 1%.

Por outro lado, houve retração nas vendas de combustíveis e lubrificantes (-0,2%), móveis e eletrodomésticos (-0,5%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,0%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,4%).

Em relação a julho de 2009, todas as oito áreas avaliadas apresentaram expansão, principalmente, segundo a ordem de importância no resultado global, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (11,0%), móveis e eletrodomésticos (12,2%) e tecidos, vestuário e calçados (12,5%).