G1 | 13 de setembro de 2010 - 13:10

Cresce o número de financiamentos de imóveis e de reclamações

Pagar aluguel é coisa do passado para 43 milhões de famílias. Segundo o IBGE, 74% dos brasileiros moram em imóvel próprio.

Francisco Maia Filho, militar reformado, esperou muito. Só aos 62 anos comprou um apartamento na planta. A entrega está prevista pra daqui a dois anos. “É uma sensação boa, é muito bom. Ter seu imóvel particular vai ser muito bom”.

Tomara que dê tudo certo, porque com os compradores de outros apartamentos a entrega atrasou seis meses. Agora o financiamento bancário não sai porque há problemas com a documentação do terreno. “Estamos nessa situação. O saldo devedor reajustando, pagando taxa de lá, taxa daqui, condomínio de lá, condomínio daqui, sem poder entrar no apartamento”, diz Cássio Manoel, servidor público.

Em Brasília, as reclamações por atraso na entrega de imóveis dobraram no último ano. Quem já está no prejuízo, deve tentar reverter a situação na Justiça. A construtora pode ser obrigada a pagar uma indenização correspondente ao aluguel do apartamento que não foi entregue. “Após a entrega ele vai ter um prazo constituído de atrasos, dez meses, onze meses, e vai entrar com uma ação de lucro cessante cobrando o valor do aluguel deste imóvel pelo período de atraso”, explica Geraldo Tardin, advogado do IDEC.

É possível evitar essa dor de cabeça toda. Antes de comprar imóvel na planta peça à construtora que mostre o memorial de incorporação, é o documento do cartório que diz que a obra é legal. Além disso, peça também o memorial descritivo. Que aponta todos os materiais que vão ser usados na construção. Nada pode ser alterado sem que o comprador saiba.

A Caixa Econômica Federal alerta: antes de fechar o negócio, o comprador precisa fazer e refazer as contas, porque os financiamentos são longos e o que hoje parece possível pagar, amanhã pode não ser. “Muitas das vezes o comprador ele tem aquele sonho de realizar rápido na compra da casa própria e dá um passo maior do que ele pode”, diz Leane Cardoso Mundim, superintendente Regional de Negócios da CEF- DF.

Normalmente, os bancos só liberam o financiamento se ele a prestação não comprometer mais de 30% da renda familiar. Já o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor recomenda que esse percentual não deve ultrapassar 15%.