O candidato à presidência da República pelo PSDB, José Serra, revelou nesta sexta-feira (10) em sabatina realizada pelo jornal O Globo, no Rio de Janeiro, que tinha conhecimento da violação de sigilo fiscal de sua filha, Verônica Serra, e de seu genro, Alexandre Bourgeois, desde outubro do ano passado (2009), quando uma reportagem do SBT já especulava sobre o assunto.

"Mas eu só tive consciência do fato agora. A minha primeira reação não foi de divulgar. Você geralmente não quer envolver a família, só que agora me pareceu inevitável", disse Serra.

O tucano voltou a falar sobre o encontro que teve com Lula em janeiro deste ano, quando ele alertou o presidente para essa desconfiança: "no dia 25 de janeiro teve o aniversário de São Paulo, eu disse ao Lula que ia ser candidato à presidente. No final, eu passei cópias do blog dele e da Dilma, disse que achava que tinha quebra de sigilos. Foi a Verônica e meu genro que começaram a dizer que nesses blogs sujos apareciam coisas assim". Serra criticou a existência desses blogs, afirmando que eles se dedicam à difamação e são terceirizados pelo PT.

Entenda o caso
O caso veio à tona por meio de uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, publicada na noite do dia 31 de agosto, apontando que documentos da investigação da Corregedoria da Receita Federal revelaram o acesso aos dados fiscais da empresária Verônica Serra.

Além de Verônica, tiveram o sigilo fiscal quebrado os tucanos Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio e Gregório Preciado, pela Delegacia da Receita do município de Mauá (SP). Eduardo Jorge ainda teve o sigilo fiscal violado pela Receita, na cidade de Formiga (MG).