Diario Online | 9 de setembro de 2010 - 12:45

Corumbá concentra quase 40% das queimadas de MS

Corumbá concentra quase 40% dos focos de queimadas em Mato Grosso do Sul e lidera com folga o ranking de queimadas em Mato Grosso do Sul, com incidência quase três vezes maior que Porto Murtinho, segunda colocada nesta incômoda lista estadual. Nestes nove meses, o estado contabilizou 1.631 focos de incêndios florestais, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

De 1º de janeiro até esta quarta-feira, 08 de setembro, as passagens do satélite NOAA 15-Noite, contabilizaram 628 focos de queimadas em Corumbá (38,50% do total de MS). No mesmo período, Porto Murtinho registrou 226 focos de incêndios florestais. O levantamento é da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), vinculado ao INPE.

Os números do INPE mostram que o período de maior incidência de queimadas no município este ano foi agosto. No mês passado, os satélites do Instituto identificaram 326 focos de queimadas, o que garante média de 10,51 focos por dia. A segunda maior incidência de focos ocorreu em julho com 147 focos de queimadas, uma média diária de 4,74 registros. Até aquele mês, as melhores situações tinham sido observadas em janeiro e maio, com 11 e 12 focos mensais, respectivamente.

Curiosamente, nos primeiros oito dias de setembro, a Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais não registrou focos de queimadas em Corumbá. No mesmo período, Mato Grosso do Sul teve 51 focos. A maioria deles em Porto Murtinho, com 19 registros.

O INPE conta com 14 satélites. Cada um deles produz, pelo menos, um conjunto de imagens por dia. O Instituto de Pesquisas Espaciais processa mais de 100 imagens diárias especificamente para detectar focos de queima da vegetação. Para os satélites de órbita polar (NOAAs a 800 km de distância, e TERRA e AQUA a 730 km), os trabalhos de validação de campo indicam que uma frente de fogo com cerca de 30 m de extensão por 1 m de largura, ou maior, será detectada. Para os geoestacionários, a 25 mil km de distância, a frente precisa ter o dobro de tamanho para ser localizada.

Penalidades

Os infratores estarão sujeitos às penas previstas nos artigos 14 e 15 da Lei 9.605 (Lei de Crimes Ambientais). As penas podem chegar a prisão (de três a seis anos) e multas de até R$ 4.960. O valor será aumentado com a regulamentação da Lei, pelo Ministério do Meio Ambiente, podendo variar de R$ 50 a R$ 50 milhões.

Decreto de emergência

O Ministério do Meio Ambiente decretou estado de emergência ambiental em 14 estados e no Distrito Federal (DF) por causa do grande número de focos de queimadas. Estão na lista os estados do Amapá, Amazonas, Ceará, Maranhão, de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, do Pará, Piauí, Tocantins, da Bahia e de Goiás e Minas Gerais.

Com o decreto, se for preciso, os estados podem contratar brigadistas para combater o fogo sem necessidade de licitação. A portaria com a lista foi publicada no Diário Oficial da União do último dia 06 de setembro. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, os 14 estados estão sob emergência ambiental desde abril.

Corumbá conta com 27 brigadistas do Prevfogo que atuam no combate aos incêndios florestais na região do Pantanal de Corumbá e Ladário. Os salários variam de R$ 510 a R$ 1.020 por mês. O período de contratação é por seis meses – até o fim do ano. Os três cargos oferecem vantagens como auxílio alimentação, auxílio pré-escolar, auxílio transporte e seguro acidente. A jornada de trabalho é de 40 horas semanais em todas as situações.

O processo seletivo para a contratação de brigadistas, por meio de convênio entre o Ibama e a Prefeitura de Corumbá, foi realizado em três etapas distintas, passando pela avaliação de currículo; habilidades com o uso de ferramentas agrícolas com avaliação física e curso de capacitação. Todos passaram por um treinamento sobre prevenção e combate aos incêndios florestais.

 

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