MS Já | 6 de setembro de 2010 - 15:20

Dívida milionária vinha sendo denunciada por empresário desde 2006

O empresário douradense Elizio Brites afirmou a redação do Jornal MS JÁ que o esquema de corrupção na prefeitura de Dourados vem sendo denunciado desde 2006, com a Ação Popular conhecida como o caso Cobracon. O valor da ação, no entanto, seria de R$ 53 milhões e deve, hoje, ultrapassar R$ 90 milhões.

Segundo informações de Brites, o prefeito de Dourados, Ari Artuzi, sabia que o precatório é fantasma, ou seja, “que nunca entrou um único centavo nos cofres da prefeitura”. Acontece que, mesmo assim, ele queria negociar uma dívida de R$ 200 milhões da Prefeitura com o banco Pontual, que estaria em fase de liquidação. Assim, negociariam a dívida com um escritório de advocacia de São Paulo para baixar a R$ 30 milhões e, a partir daí, conseguir a devolução de R$ 10 milhões, para a próxima campanha de Artuzi, em 2012.

“Eu mesmo o coloquei a par e ele com seus assessores constataram isso, dessa forma se estava tentando levantar R$ 10 milhões para sua campanha como denuncia o jornalista Eleandro Passaia na Operação Uragano, com certeza trata-se de mais uma falcatrua entre tantas outras apontadas”, enfatizou Brites.

De acordo com os relatos de Brites, o dinheiro do suposto empréstimo era para a construção da sede da prefeitura (O CAM) e que teve repercussão quando o engenheiro Paulo Figueiredo, inconformado, contratou advogados para ajuizar a Ação Popular conhecida como caso CAM e anulou em grau de apelação no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. “Recurso Extraordinário que, inicialmente, foi negado seguimento, mas através de um agravo hoje se encontra nas mãos do ministro Joaquim Barbosa no STF - Supremo Tribunal Federal”.

Brites diz ainda que ninguém foi punido até a presenta data e que apenas Figueiredo sofreu sanção. Além disso, ele diz que o engenheiro pagaria uma dívida aos verdadeiros culpados. “Mais um absurdo que precisa ser denunciado publicamente”, afirma.

O empresário enfatiza que o banco Pontual em tese não tem mais nada a receber desse montante (precatório) porque cedeu a totalidade de seus créditos para uma empresa fantasma que nem sede tem, denominada Cobracon, cujo endereço que consta na Receita Federal é uma cidadezinha do sertão do Ceará e não tem telefone para contato.

“Coloco-me à disposição da Policia Federal para prestar todos os esclarecimentos necessários e fornecer os documentos que comprovam toda essa roubalheira do dinheiro do contribuinte”, concluiu Brites.