Campo Grande News | 1 de setembro de 2010 - 15:29

Deputados consideram prisão de Artuzi uma “tristeza”

A Operação Uragano (furacão, em italiano), que resultou na prisão do prefeito de Dourados, Ari Valdecir Artuzi (PDT) e outras 27 pessoas, foi considerada pelos deputados estaduais como episódio triste e que arranha a classe política do Estado.

Artuzi foi vereador de Dourados e deputado estadual por dois mandatos (2003-2007 e 2007-2008) e se licenciou quando foi eleito prefeito de Dourados. Ele não escondia suas pretensões de virar governador do Estado.

“É uma tristeza. Pelas informações que temos, a Polícia Federal executou um trabalho embasado”, comentou Carlos Marun (PMDB). Esta foi a terceira operação que sacode a classe política de Dourados. Antes dela, foram a Operação Owari e Brothers.

O líder do governo na Assembléia, Youssif Domingos (PMDB), considera o episódio como uma mancha na política estadual. “Todos podem se defender, mas, não há como dizer que isso mancha a imagem da política”.

A ação da PF também é ressaltada pelos parlamentares. “A PF está agindo, antes tudo era barrado. E lá (em Dourados) era algo que todos consideravam previsível”, ressaltou Paulo Duarte (PT).

“Temos de esperar o fim dos depoimentos e ver o que a investigação dirá”, comentou Ari Rigo (PSDB).

Artuzi foi levado à delegacia da PF em Dourados pela manhã. Nem ele ou os outros presos foram algemados. Até o fim da manhã, Artuzi ainda prestava depoimento.

A investigação da PF teve início com as denúncias do secretário de governo, Eleandro Passaia, que teria procurado a delegacia, após flagrar a corrupção da prefeitura. Só da saúde, segundo Passaia, foram desviados R$ 2 milhões por mês desde que o esquema de fraudes começou. Quase 200 federais, todos do Estado, participaram da operação.

O jornalista foi assessor de imprensa de Artuzi e era homem de sua confiança. No ano passado, após a Operação Owari, Passaia pediu demissão e voltou ao jornalismo. Artuzi fez questão que Passaia o assessorasse. O jornalista foi promovido a secretário de governo no final de abril deste ano.

Operações - Nas operações Owari (Ponto Final em japonês) e Brother a investigação chegou a uma quadrilha acusada de saquear a prefeitura de Dourados através de licitações fraudulentas.

Os processos da Owari encontram-se no Tribunal de Justiça, que acolheu a denúncia do Ministério Público Estadual por unanimidade de votos.

Desta vez, o alvo da investigação era o próprio gabinete do prefeito.