Agência Brasil | 31 de agosto de 2010 - 10:40

Ex-presidente de Cuba apela para que Obama evite guerra nuclear

Depois de dizer que passou os últimos quatro anos lutando entre a vida e a morte, o ex-presidente de Cuba Fidel Castro afirmou que a doença dele não é segredo. Mas não informou qual é o diagnóstico da doença que o fez renunciar à Presidência de Cuba.

Fidel voltou a afirmar que apenas o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pode agir para evitar uma guerra nuclear. O tema tem sido assunto constante do cubano. Segundo ele, Obama "é o único que pode pressionar o botão".

"Precisamos mobilizar o mundo para convencer Barack Obama, o presidente dos Estados Unidos, a evitar a guerra nuclear. Ele é o único que pode ou não pressionar o botão", disse o líder cubano.

As revelações de Fidel foram feitas durante entrevista concedida em Havana ao jornal mexicano La Jornada e reproduzidas pela imprensa oficial, Granma. De acordo com o jornal Granma, a entrevista de Fidel durou cerca de cinco horas e apenas parte dela foi reproduzida até agora.

Fidel disse que dispõe de informações de que há atualmente no mundo países com a mesma capacidade de ataque de que Hiroshima e Nagasaki, no Japão, foram vítimas na 2ª Guerra Mundial. Segundo ele, os arsenais existentes podem "produzir um inverno nuclear capaz de encobrir" o mundo.

"Esta atrocidade pode ocorrer em questão de dias, para ser mais preciso o próximo 9 de setembro, quando expiram os 90 dias do prazo concedido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para começar a inspecionar o navio iraniano", advertiu o ex-presidente.

Anteriormente, na mesma entrevista, Fidel havia desabafado sobre o que viveu nos últimos quatro anos. "Eu cheguei a estar morto". Ele informou ter chegado a pesar aproximadamente 50 quilos e hoje está com 85 quilos. "Eu já não aspirava viver. Perguntei várias vezes se as pessoas iam me deixar viver nestas condições ou me deixar morrer. Então, eu sobrevivi". As informações são da agência oficial de notícias da Argentina, a Telam.

Fidel disse ainda que está entusiasmado com a internet e a conexão em rede. Reclamou da lentidão da conexão em Cuba e atribuiu o problema ao embargo econômico imposto pelos Estados Unidos.

"Eu não quero estar ausente nestes dias. O mundo está na fase mais interessante e perigosa da sua existência e estou muito comprometido com o que vai acontecer. Tenho coisas para fazer ainda", disse o cubano.