Agência Brasil | 25 de agosto de 2010 - 06:16

Seguro com opção de venda futura é modalidade para classe média rural

O Banco do Brasil, principal agente financeiro no segmento de crédito rural no país, pretende multiplicar a quantidade de operações com seguro de preço para os produtores rurais. Com esse mecanismo, criado no ano passado, os produtores têm a opção de contratar proteção contra a queda acentuada de preços por meio de opções de venda futura.

Na safra passada, os produtores contrataram R$ 130 milhões em empréstimos nessa modalidade. O valor representa apenas 0,9% dos R$ 14,9 bilhões contratados para custeio agrícola. Para a safra 2010/2011, segundo o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Luís Carlos Guedes Pinto, a meta é aumentar a abrangência para 8%, ultrapassando R$ 1 bilhão em operações de custeio protegidas por meio de opções de venda futura. Outros 60,7%, ou R$ 9 bilhões, são protegidos com seguro agrícola.

“O Banco do Brasil montou um sistema, com base em toda a tecnologia disponível, para que os agricultores possam adquirir essa opção no momento que forem tomar crédito no banco. Estamos convencidos de que é essa é uma direção inescapável”, afirmou. Pinto explicou que, na prática, o agricultor garante o direito de vender o seu produto por um preço previamente determinado na época do plantio.

O diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, José Carlos Vaz, disse que é preciso difundir a nova modalidade. “Tem que colocar isso no dia a dia, na prática do produtor. Temos que capacitar funcionários e o mercado também tem que apresentar liquidez. Quanto mais produtores usarem, melhores serão as condições da cobertura e menores serão os custos”, explicou.

O Banco do Brasil informou que já foram promovidos 35 cursos de treinamento com a capacitação de 1,2 mil funcionários para atuar na nova modalidade de seguro. O financiamento rural do banco é feito em 4.980 municípios.

Segundo Vaz, o seguro por meio de opção de venda futura tem como público-alvo, atualmente, a classe média rural. Isso porque os agricultores familiares já estão protegidos com a garantia de preços mínimos dada pelo governo federal enquanto os grandes produtores acessam as bolsas por meio de corretoras.