29 de novembro de 2004 - 17:46

Remédio contra lepra reduz aparecimento do Parkinson

Um remédio habitualmente subministrado em pacientes com lepra, chamado rifampicina, reduz entre a possibilidade de desenvolver o mal de Parkinson, o que abriria novas vias de pesquisa sobre a doença, disse nesta segunda-feira o cientista Anthony L. Fink.

Ao saber que os doentes de lepra tratados durante um tempo prolongado com rifampicina diminuíam as probabilidades de desenvolver o mal de Parkinson, os cientistas decidiram fazer experimentos "in vitro" para comprovar se esse remédio era eficaz para frear a doença.

A investigação coordenada por Fink, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, consistiu em analisar os efeitos do antibiótico rifampicina na luta contra o Parkinson. O uso do remédio não está limitado ao tratamento da lepra, mas também ao de outras doenças como a tuberculose.

Até agora se sabia, a partir de estudos epidemiológicos em leprosos, que os pacientes com esse mal tratados durante anos com rifampicina tinham menos probabilidades de desenvolver demência senil, um mal associado ao Alzheimer e aproximadamente a um terço dos doentes de Parkinso.

Na pesquisa se tentou comprovar se esse fármaco ajudava a prevenir a multiplicação anormal do gene alfa-sinucleína que se detecta a partir da morte de células nervosas do cérebro, quando aparentemente se desencadeia o desenvolvimento do Parkinson.

No entanto, ainda são necessários mais trabalhos para determinar se a rifampicina seria efetiva do ponto de vista terapêutico em doentes de Parkinson.

Por outro lado, outras pesquisas anteriores realizadas em laboratório demonstram que a rifampicina pode ajudar na prevenção de outras doenças além do Parkinson, como o Alzheimer, lembrou Fink.

 

EFE